Cabo Verde coorganizou, no passado dia 21 de setembro, na Missão Permanente do Mónaco em Nova Iorque, à margem da 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o “High Level Roundtable on Ocean Rights”, cujo tema central foi “Direitos dos Oceanos”.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, fez essa declaração durante a sessão de abertura do evento “High Level Roundtable on Ocean Rights”, que teve lugar, em Nova Iorque, à margem 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Cabo Verde coorganizou, no passado dia 21 de setembro, na Missão Permanente do Mónaco em Nova Iorque, à margem da 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o “High Level Roundtable on Ocean Rights”, cujo tema central foi “Direitos dos Oceanos”.
O nosso país esteve representado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, que interveio na sessão de abertura do evento e contou, ainda, com as intervenções da Ministra dos Negócios Estrangeiros do Mónaco e do Diretor do Ocean Race Summits, entre outros.
O Príncipe Albert II do Mónaco, acérrimo defensor dos Oceanos e participante da Ocean Race esteve presente no evento.
Na sua intervenção, o Chefe da Diplomacia cabo-verdiana precisou que “Cabo Verde está pronto para defender uma Declaração dos Direitos dos Oceanos”, que deve ser adotada e implementada em escala global e com o apoio dos atores políticos, setor privado, cientistas, marinheiros, entre outros.
Cabo Verde é um país insular, cujo território representa 99% mar. Por essa razão, sublinhou Rui Figueiredo, Cabo Verde assume como compromisso natural a defesa da declaração, que é uma iniciativa do Ocean Race.
“O Mar de Cabo Verde é um recurso estratégico para o desenvolvimento do país e, por isso, pretendemos transformá-la em uma das principais âncoras de desenvolvimento, diversificação e especialização da economia nacional”, notou.
Até 2030, esta Declaração deverá estabelecer um conjunto de regras relativas à proteção dos oceanos e aplicável a todos os países do mundo. A meta, disse, “é ambiciosa”, mas alcançável desde que haja uma colaboração global.
De realçar que as crises que afetam o oceano vão desde as mudanças climáticas à poluição e, infelizmente, quem mais sofre são países insulares, como Cabo Verde.
Mais de 300 milhões de toneladas de plástico usados em uma ampla variedade de consumíveis são produzidos anualmente em todo o mundo. Estima-se que, anualmente, pelo menos 14 milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos, representando aproximadamente 80% do lixo marinho.
“O lixo plástico nos oceanos tem origem terrestre. Ele vem das cidades, sistemas de drenagem de águas pluviais, saturação de redes de esgoto, lixo, abandono do plástico na via pública, resíduos plásticos, sistemas de gestão obsoletos e inadequados, atividades industriais, a indústria pesqueira e as atividades náuticas. Todos são claramente o resultado da ação humana”, vincou o Ministro.
O próximo ano marcará o 50º aniversário da “The Ocean Race”, uma difícil regata de volta ao mundo, durante a qual os impactos das mudanças climáticas no oceano terão maior visibilidade e poderão ser testemunhados, em primeira mão, pelos marinheiros e outros “que carregam o mar perto de seu coração”. Eles testemunham a deterioração da saúde dos oceanos e navegando em cinturões de lixo. Eles atravessam um número cada vez maior de frotas de pesca e encontram cada vez menos vida selvagem à medida que navegam pelos mares”.
De realçar que em janeiro de 2023, Cabo Verde será uma das nove paragens da corrida de barcos a vela Global Ocean Race. Por cinco dias, o circuito escalará a Ilha de São Vicente, marcando a primeira presença do evento numa nação da África Ocidental, e a segunda no continente africano, após a Cidade do Cabo na África do Sul.