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Cabo Verde está cada vez mais próximo da certificação como país livre de paludismo

Na tarde de ontem, 21 de junho, conclui-se a segunda missão de apoio na preparação de Cabo Verde para a certificação da eliminação do paludismo. Para apresentar um balanço das ações realizadas, realizou-se um debriefing entre a Ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, e a equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) Genebra, do Escritório Regional.

Na sequência do debriefing, a Ministra da Saúde expressou sua satisfação com os resultados alcançados, congratulando os profissionais de saúde e todos os envolvidos nesse processo. A Ministra destacou o trabalho árduo realizado desde o depósito da candidatura em dezembro de 2021, lembrando o desafio enfrentado durante a epidemia de paludismo ocorrido, em 2017.

“A certificação de Cabo Verde como país livre de paludismo seria um marco histórico, pois seríamos o primeiro país africano a alcançar essa conquista em 50 anos”, afirmou a governante. Ressaltou, ainda, a importância de manter o trabalho contínuo e a vigilância para evitar a reintrodução da doença no país, pois existem desafios a serem superados, como o movimento de pessoas vindas de países vizinhos onde o paludismo é endémico.

A Ministra Filomena Gonçalves, também, destacou a necessidade de uma estratégia abrangente de controlo dos vetores, não apenas para o paludismo, mas também para outras doenças como dengue e zika. Enfatizando que o país já está trabalhando nessa área e expressou confiança de que Cabo Verde poderá controlar essas questões.

“A certificação será um passo muito grande para Cabo Verde, para toda a região africana e para o mundo. No entanto, não é o fim do trajeto. O trabalho é contínuo para evitar que o paludismo se reestabeleça novamente no país”, destacou.

Com a certificação em vista, a Ministra que tutela a pasta da Saúde reforçou a responsabilidade de toda a população em manter sistemas eficazes de prevenção e proteção contra a doença. O trabalho realizado até agora é prova do compromisso e dos esforços incansáveis dos profissionais de saúde e outros setores envolvidos.

Ao concluir, a Ministra ressaltou que a certificação como país livre de paludismo é um objetivo a ser alcançado e representa os avanços significativos feitos por Cabo Verde no combate a essa doença. “Afirmo que estamos plenamente cientes de que ainda há muito trabalho a ser feito. A equipa atual está no país para realizar uma última missão técnica antes da chegada da missão final ainda este ano. Essa missão final, sendo independente, tem como propósito recomendar a certificação de Cabo Verde.”

Por seu turno, Pedro Alonso, representante da Equipa do Painel Independente da Organização Mundial da Saúde para certificação dos países, enfatizou a importância da visita de preparação para a avaliação final. Pedro Alonso reconheceu o trabalho extraordinário realizado por Cabo Verde diante do surto de paludismo ocorrido no ano de 2017, no qual o país enfrentou desafios significativos para controlar a doença, mas obteve sucesso em interromper completamente a transmissão. No entanto, destacou que existem desafios a serem enfrentados, como o movimento de pessoas vindas de outros países vizinhos onde o paludismo é endémico.

“Esses avanços impressionantes em Cabo Verde são dignos de elogios e reconhecimento, pois o país está no caminho certo para obter a certificação como país livre de paludismo”, afirmou Pedro Alonso. “Essa conquista não só traz benefícios para a população cabo-verdiana, mas também serve como um exemplo inspirador para outras nações na batalha contra essa doença devastadora”.

A segunda missão de apoio teve como principal objetivo avaliar o nível de preparação do país rumo à certificação, revisando o progresso na implementação das recomendações das missões anteriores. Durante os últimos 10 dias, os especialistas da OMS estiveram imersos em uma série de encontros e visitas a autoridades, instituições e estruturas de saúde em diferentes regiões do país, nas ilhas de Santiago, Sal e São Vicente.

Nessas interações, foram abordados diversos temas cruciais, como o aprimoramento do sistema de vigilância e resposta, o registro de dados, o controle de qualidade no diagnóstico do paludismo, a vigilância entomológica e a coordenação entre os setores envolvidos. Essas discussões proporcionaram uma avaliação detalhada do progresso alcançado e dos desafios ainda enfrentados por Cabo Verde.