No cômputo geral, esta organização não-governamental considera que a liberdade política diminuiu no mundo em 2008. "Angola continua a ser o país lusófono onde são menores os direitos políticos e liberdade cívica dos cidadãos, apesar das eleições legislativas de 2008 terem criado uma tendência positiva", afirma a ONG.
No ranking "Liberdade no Mundo em 2009", Angola é o único país lusófono enquadrado na categoria dos "não livres", onde estão 42 dos 193 países incluídos no estudo sobre as liberdades cívicas a nível global, divulgado esta terça-feira.
"Angola recebeu uma seta de tendência de subida por ter realizado as eleições legislativas há muito adiadas, que foram consideradas credíveis apesar de algumas irregularidades", refere a Freedom House, a organização com sede em Washington.
A evolução angolana contrariou a tendência de declínio na região da África subsariana, onde se destacaram pela negativa Senegal e Mauritânia, mas também Burundi, Camarões, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Gambia, Guiné-Conakri, Namíbia, Nigéria, Zimbabué e o território da Somalilândia.
O estudo adianta ainda que, "depois de vários anos de ganhos modestos, a África sub-sahariana registou um ano de revezes substanciais para a democracia. O declínio afectou alguns dos maiores e mais influentes países do continente e resultou em parte de golpes militares, conflitos étnicos e tentativas violentas de suprimir a sociedade civil".
Foram doze os países africanos, um quarto do total, que inverteram a marcha democrática nos seus países, e no resto do mundo o cenário não foi diferente, segundo a Freedom House.
Criada em 1972, a Freedom House dedica-se a actividades de apoio à expansão das liberdades a nível mundial, e monitoriza a evolução dos direitos políticos e liberdades cívicas.
A pontuação é atribuída através de um processo de análise e avaliação conduzido por especialistas da ONG, consultores regionais e académicos.