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Cabo Verde e Guiné-Bissau institucionalizam Cimeira bienal para reforço de cooperação

O Primeiro-ministro, José Maria Neves terminou a visita de quatro dias à Guiné-Bissau com resoluções concretas e elucidativas da forte vontade em cimentar e reforçar ainda mais as relações entre os dois países, entre as quais as assinaturas de três acordos e um memorando de entendimento, para além da institucionalização de uma cimeira bi-anual entre os dois governos ao mais alto nível.

Como já haviamos referido num texto anterior, os dois governos assinaram três importantes acordos em matéria de trocas comerciais, nomeadamente um acordo fitossanitário, um zoosanitário e uma convenção relativa à dupla tributação e evasão fiscal acordo acordos para reforço de cooperação (ver texto: Governos de Cabo Verde e Guiné-Bissau assinam acordos para reforço de cooperação), mas mais do que isso, as duas partes concordaram ainda com a realização de uma Cimeira ao mais alto nível com periodicidade anual, semelhante ao que o governo de Cabo Verde tem com Portugal.

Trata-se de uma resolução importante e significativa do esforço genuíno dos dois governos para o reforço da cooperação que se quer profícua no sentido de os dois povos irmãos colaborarem para o desenvolvimento de um e outro país, á luz do que idealizara Amílcar Cabral, figura máxima da luta de libertação comum de Cabo Verde e da Guiné-Bissau.

“A melhor forma de homenagearmos Cabral é trabalharmos para o reforço da cooperação entre os nossos dois povos e países”, sublinha José Maria Neves. Resta acrescentar que a cimeira será realizada alternadamente num e noutro país.

Na última comunicação conjunta, logo após o encontro de assinatura dos referidos protocolos, ambos os líderes governamentais estressaram a determinação na persecução de uma parceria estratégica, daí esta Cimeira assim como a resolução da entrada, imediata, em funcionamento da comissão bilateral conjunta, criada em Março de 2015, para permitir uma interacção “permanente e célere” na execução das medidas e objectivos preconizados.

Ambos mostraram ainda o seu optimismo e satisfação pela forma como decorreu a visita, tendo mesmo José Maria Neves realçado ter ultrapassado as suas expectativas, sublinhando as potenciais sinergias e complementaridade entre os dois países que beneficiam ainda de uma história e de um tronco comum como os laços de consanguinidade e a luta de libertação comum.

Para Domingos Simões não se trata agora “do que vamos fazer, mas como vamos fazer”, sublinhando estar “convencido de que os instrumentos estão criados, a vontade está afirmada agora é deitar mão ao trabalho e sermos capazes de corresponder ao desígnio que é histórico, aos laços de sangue que unem os dois povos”, para a construção de um futuro que se quer “brilhante” para os dois países.

Na comitiva que acompanhou Neves a Bissau estiveram ainda ministra do Turismo, Industria e Desenvolvimento Empresarial, Leonesa Fortes, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, Maria de Jesus Miranda, algumas representações de serviços ligados à administração pública e quatro empresas, entre os quais a Inpharma que rubricou, durante esta missão, um memorando de entendimento com o Ministério da Saúde guineense para uma cooperação.

Sem contar que a empresa cabo-verdiana já é uma parceira importante no que toca ao sistema em desenvolvimento de fiscalização e certificação da qualidade de produtos alimentares para exportação, sobretudo em matéria de formação de pessoal para o referido laboratório que foi também visitado pelo Primeiro-ministro de Cabo Verde.

Por último, acrescentar que o governo de Cabo Verde resolveu doar cinco lotes de medicamentos para o reforço do estoque do Hospital Simão Mendes em Bissau, o equivalente a um contentor de 20 pés, cheio de medicamentos. 

Veja o comunicado final da visita aqui neste link: https://drive.google.com/file/d/0B1CfWU7i00suQU5sVlZsUmJVTkk/view?usp=sharing