O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, presidiu esta terça-feira, o acto de lançamento do Centro Internacional de Investigação de Climática e Aplicações para os Países de Língua Portuguesa e de África (CIICLAA) que vai nascer em Cabo Verde, fruto de uma extensa parceria entre instituições meteorológicas e universidades dos países africanos e da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). O centro, para além de colocar Cabo Verde no mapa das redes de investigação nesta matéria, procura dar resposta aos grandes desafios relacionados às alterações climatéricas do país.
José Maria Neves, realçou na sua intervenção a importância da investigação e da preservação do meio ambiente, recordando os fortes efeitos sentidos em países arquipelágicos, como o nosso, acostumados a conviver com a desertificação, a seca e a forte escassez de água. Neves manifesta-se satisfeito com a constituição deste centro, lembrando tratar-se de uma recomendação saída de uma Reunião de Ministros do Ambiente da CPLP, a 04 de Maio, realizada no Sal e mais tarde consagrada na IX Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, e Julho de 2012 em Maputo.
De igual modo, o Ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Antero Veiga, destaca a utilidade deste centro na promoção de iniciativas conjuntas entre os vários países envolvidos, sendo que as alterações climáticas “são questões transfronteiriças”, sendo que “há a necessidade de se promover amplas parcerias de investigação apliacada” para benefício de todos esses países.
Assim, o referido Centro terá o objectivo de fomentar a investigação aplicada nas áreas das Geociências Ambientais, nos países membros, tanto ao nível da CPLP quanto do continente africano, em particular, leia-se na nota informativa relacionado ao tema, as investigações “que relacionem o clima/variabilidade/alterações climáticas e medidas de mitigação/adaptação com os recursos hídricos e marinhos, ambiente, agricultura e desastres naturais”.
A sede do CIICLAA será instalada na Universidade de Cabo Verde e o seu pólo estará sediado no Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), no Sal.
Também a Presidente do Conselho de Administração do INMG, Ester Brito sublinha as vantagens de se ter este Centro em Cabo Verde, sendo que permitirá, também, melhorar as previsões do tempo e do clima, bem como para que se possa prestar serviços a países como Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
Brito recorda que neste momento, na ilha do Sal, decorre um mini-workshop com os técnicos do INMG, contando com a parceria da UNECA (Centro Climático da África) e que deverão ajudar a identificar as necessidades do país em termos de serviços e programas ligados à meteorologia, para que se possam criar as condições para a implementação de sistemas, programas, produtos e serviços que “brevemente poderemos começar a fornecer aos nossos parceiros”, sublinha Ester Brito.
Para já o CCICLLAA conta com uma carteira de dez projectos que serão desenvolvidos nos próximos anos, no valor de aproxidamente 22 milhões de euros em áreas como a gestão de solo e água para a melhoria da segurança alimentar, vigilância da Malária através da detecção remota, clima e relação com ambiente e agricultura, etc., e que serão apresentados numa Mesa redonda com os doadores internacionais e que deverá acontecer durante o próximo Fórum sobre Clima/Mudanças Climáticas e Impactos na Economia na CPLP e em África, entre 12 e 14 de Março de 2016, aqui em Cabo Verde.