O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, recebeu nesta quinta-feira, uma visita especial do Grupo de Batucadeiras «Kotxi Midju» da ilha do Príncipe que estão em Cabo Verde a convite do Governo de Cabo Verde para participar do Atlantic Music Expo (AME). Um encontro animado e em ritmo do «Batuco» que não podia faltar.
Muito bem-humoradas e visivelmente felizes as batucadeiras que vieram da República de São Tomé e Príncipe fizeram questão de agradecer, com um Batuque, ao ainda Chefe do Executivo a oportunidade de estar em Cabo Verde, a maioria pela primeira vez já que muitas delas nasceram no Príncipe, embora descendentes de pais cabo-verdianos e mostraram a sua satisfação com o desenvolvimento constatado em Cabo Verde.
O Grupo, que pela primeira vez atua fora de Príncipe, espera agora que o palco da AME sirva para que se lhes abram as portas de outros palcos do mundo “para que possamos mostrar o que podemos fazer”, sublinha a líder do grupo com mais de 20 anos de existência, Armanda Moreno. “Temos esperança que possamos dar um grande show e que as pessoas gostem de nós e nos possam convidar para atuar em outras paragens”, sublinha Armanda.
Armanda confessa “nunca ter imaginado” pisar no chão que viu nascer os seus pais. “M-sta sabi, m-sta feliz ki m-ka podi más”, diz ela num perfeito crioulo. A nossa língua materna é, aliás, a língua mais falada em Príncipe onde pelo menos 90% da população local é cabo-verdiano-descendente.
O convite para atuar no AME surgiu da última visita do Primeiro-Ministro a São Tomé e Príncipe em Fevereiro último, e na passagem pela roça do Porto Real, em Príncipe quando o grupo recebeu com um “batuque diferente e muito bem elaborado” o Chefe do Governo e a sua comitiva, como conta o próprio José Maria Neves. “Então combinamos que esse grupo participaria nas festividades do AME para, não só apresentar esta música tradicional de Cabo Verde que é o Batuque, mas também representar a Diáspora”, recorda.
E frisa que “é importante continuarmos a fortalecer esta ideia da Nação global Cabo-verdiana, as Ilhas e a Diáspora e todas as cabo-verdianas e todos os cabo-verdianos poderem, em comum, trabalhar para o desenvolvimento económico, social e cultural do país”.
O Batuque, reflete Armanda Moreno, é um dos fortes elos de ligação da Comunidade em São Tomé e Príncipe com o país dos pais e dos avós e que “somos respeitadas em Príncipe. O Batuque é muito respeitado”. O fato de um grupo da Diáspora cantar um género tipicamente cabo-verdiano “é importante para dar uma ideia desta forte ligação que existe entre essas Ilhas africanas e atlânticas e todas as outras `ilhas´ de cabo-verdianos espalhados pelo mundo inteiro”, reflecte José Maria Neves.
Ao grupo «Kotxi Midju» caberá a honra da abertura de fazer o show de abertura oficial da IV edição do AME, dividindo o palco com a Orquestra Nacional. É às 11H00 no auditório da Assembleia Nacional e, se a pequena atuação em frente ao Primeiro-Ministro hoje é alguma indicação, elas estão preparadas para agarrar esta oportunidade única.