Cabo Verde vê melhorada a sua avaliação no que respeita ao risco soberano do país. Segundo o último relatório da Fitch Rating, publicado a 20 janeiro de 2020, Cabo Verde é classificado com o Rating B, com Outlook positivo. A agência realça que houve melhorias no Outlook que passou de estável para positivo.
Cabo Verde vê melhorada a sua avaliação no que respeita ao risco soberano do país. Segundo o último relatório da Fitch Rating, publicado a 20 janeiro de 2020, Cabo Verde é classificado com o Rating B, com Outlook positivo. A agência realça que houve melhorias no Outlook que passou de estável para positivo.
De notar que esta é a primeira vez, desde 2013, quando o rating do país foi rebaixado de B+ para B, que Cabo Verde regista uma melhoria no Outlook, ou seja, nas suas perspetivas de longo prazo da estrutura macroeconómica.
A agência diz esperar que o rácio da dívida pública bruta de Cabo Verde (GGGD) continue a cair, para menos de 100% do PIB até 2025, a partir da estimativa da Fitch de 122% no final de 2019. “A redução da dívida no médio prazo será impulsionada pelo forte crescimento nominal do PIB, pela queda dos pagamentos às empresas estatais (SOEs) e pela melhora no saldo fiscal primário”.
De referir que, Cabo Verde está com um crescimento económico acima da média regional, da OCDE, e ao nível mundial, segundo dados GDP – FMI – 5.1 (2018) – 5.0 (2019) – 5.0 (2020). O Produto Interno Bruto aumentou 6,7%, no 3º trimestre de 2019 (INE). A taxa de desemprego diminuiu de 12,2%, em 2018, para 10,7%, no primeiro semestre de 2019, representando uma redução de 1,4 pontos percentuais relativamente ao ano passado. Em sentido contrário, a taxa de subemprego aumentou 7,0 pontos percentuais. A dívida pública diminui pelo segundo ano consecutivo, de 127 porcento do PIB em 2017 para 124 porcento em 2018. O défice fiscal representa 0,4 porcento do PIB, o mesmo valor de há um ano. A receita fiscal aumentou 6,2 porcento, enquanto as despesas totais aumentaram 5,1 porcento. O Orçamento para 2020 está alinhado com o processo de consolidação fiscal.
A Fitch refere que o Governo de Cabo Verde vem trabalhando para reduzir os seus déficits fiscais e reduzir pagamentos abaixo da linha para empresas estatais. “Prevemos que o déficit fiscal das administrações públicas caia para 2,2% do PIB em 2019 (2018: 2,6%) e para 1,8% até 2021, em comparação com a mediana histórica ‘B’ de 3,7%. A consolidação será impulsionada por menores investimentos públicos, medidas de racionalização de gastos e ampliação da base tributária”, lê-se no comunicado.
A Fitch prevê que o potencial de crescimento de médio prazo para Cabo Verde tenha aumentado para 5,0%, contra a sua previsão anterior de 4,7%. “O crescimento a médio prazo deve ser impulsionado por investimentos de capital e crescimento da produtividade, especialmente com o IDE nos setores de aviação e transporte marítimo. Os investimentos contínuos nos setores aéreos e transporte marítimo devem melhorar a conectividade no arquipélago, apoiando o potencial de crescimento a médio prazo”.
O IDR ‘B’ também reflete os seguintes principais fatores de classificação, conforme explica a agência: “os IDRs ‘B’ de Cabo Verde equilibram altos níveis de endividamento público externo, grandes passivos contingentes de empresas estatais (SOE) e a alta dependência da economia no turismo, contra a forte governança e estabilidade política, bem como termos favoráveis de serviço da dívida externa pública, com financiamento concecional”.
No que concerne aos riscos financeiros externos, a Fitch classifica-as como moderados. “A dívida externa líquida é relativamente alta, 44% do PIB, em 2019 (mediana B: 28%), mas os riscos são mitigados por termos concessionais que prolongam o prazo médio para 21 anos e reduzem o serviço da dívida externa para 4,6% dos recebimentos externos. No entanto, a diminuição do acesso ao financiamento concecional à medida que Cabo Verde se classificar para a renda média nos próximos anos levará a um aumento gradual nos índices de serviço da dívida”.