José Maria Neves, que falava na abertura de uma palestra sobre as energias renováveis organizada pela Ordem dos Engenheiros, inserido nas comemorações do dia dos Engenheiros, falou sobre a política energética de Cabo Verde, reafirmando as metas e a aposta nas fontes limpas de produção de energia.
Já no horizonte de 2011 a 2012 o país terá conseguido atingir a meta dos 25% de energia limpa com a entrada em funcionamento dos quatro parques eólicos (na Praia, Sal, São Vicente e Boa Vista) que irão se juntar aos dois parques foto voltaicos já inaugurados e a funcionar na Praia e no Sal.
Os parques eólicos na Praia e em São Vicente deverão ser inaugurados brevemente, seguindo-se os outros dois. Tudo isso inserido numa estratégia do Governo de, através de fontes alternativas de energia, reduzir a nossa quase que total dependência dos combustíveis fósseis.
Tudo isso significa avultados investimentos que poderão chegar aos 300 milhões de Euros no horizonte de 2020, basicamente a mesma quantia que já foi investida, desde a primeira governação de José Maria Neves.
Entretanto, garante o Primeiro-Ministro, o investimento nas energias renováveis permitirá reduzir drasticamente, como já referimos, a dependência de combustível fóssil, significando uma redução significativa dos gastos em relação à importação de petróleo, e consequentemente um maior equilíbrio da balança de pagamento do país com consequências, certamente positivas para o país.
Para além de permitir reduzir a emissão de carbono e poluição da atmosfera e resolver de vez o deficit energético do país, uma condição sine qua non para o aumento da competitividade e desenvolvimento destas ilhas.
Para além dessas iniciativas, já existem alguns investimentos privados no sector das energias renováveis, o que vai de acordo com a visão do Governo de transformar Cabo Verde numa referência mundial nessa matéria, aproveitando e desenvolvendo todas as potencialidades, tanto a nível das fontes solar e eólica, como a nível da energia, através das ondas do mar, etc.
Para isso, o Governo está a desenvolver toda uma legislação para incentivar a produção de energia limpa no arquipélago.
Apagões com fim à vista
Em simultâneo, investimentos estão a ser feitos no âmbito de melhorar a capacidade de produção e distribuição de energia no sistema convencional e resolver as necessidades mais imediatas. O Chefe do Governo acredita que esses investimentos deverão resolver de vez o problema dos cortes de energia, sobretudo na capital do país.
Por outro lado, já está em curso a interligação da ilha de Santiago com a construção da central única do Palmarejo que deverá estar concluída ainda este ano, garantindo maior segurança e eficácia na produção e distribuição de energia. Nisso, "vão ser adquiridos novos motores para aumentar substancialmente a capacidade de produção, e no horizonte de 2011 já teremos essa questão resolvida", afiança.
Isso, não só na Praia e em Santiago como nas outras ilhas, onde novos investimentos vêm sendo feitos. Pelo menos as outras ilhas maiores, o Fogo, Santo Antão e São Nicolau terão igualmente centrais únicas de energia.