O Fórum Cooperativo lança, hoje, 17 de Janeiro, às 09 horas, na Sede da Mutualidade de Saúde e Protecção Social da Região da Praia, o Ano Internacional das Cooperativas, sob o lema “Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”. O acto é presidido pela Ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recurso Humanos, Janira Hopffer Almada e conta com a presença simbólica de cerca de 35 cooperadores. Esta iniciativa sugere acções que tenham por objectivos mostrar as empresas cooperativas e sua possibilidade de desenvolvimento inclusivo, tais como: acções de empoderamento feminino, inclusão de jovens e oportunidades de empregos, encorajando o empreendedorismo e mostrando o cooperativismo como instrumento minimizador da pobreza.
Cooperativas Constroem um Mundo Melhor, é o slogan escolhido oficialmente pela ONU para 2012 Ano Internacional das Cooperativas. O Ano 2012 é um reconhecimento de que as cooperativas realmente, nas suas diversas formas, promovem a melhor forma de participação das pessoas, aumentando a sua consciência cidadã e sua contribuição para o desenvolvimento social e económico. Isso fica ainda mais evidente no momento em que o mundo está ameaçado, tanto do ponto de vista económico, como sociocultural (tolerância e paz).
Dia 17 de Janeiro é uma data que simboliza o Primeiro Dia do Cooperativismo de Crédito celebrado em 1927 pela federação de Cooperativas de Crédito de Massachusetts (EUA) como alusão ao aniversário de Benjamin Franklin, conhecido como o Apóstolo da Economia.
Na ocasião, o Fórum Cooperativo lançou o Ano Internacional sob o lema “Frente Solidário”, como forma de dar um novo impulso às práticas de solidariedade social e de entre ajuda na resolução de problemas comuns e no resgate de costumes tradicionais de cooperação e “djunta mon” na melhoria de habitações degredadas, fortalecendo atitudes que engrandeçam o desenvolvimento de práticas de trabalho cívico e do voluntariado. Trata-se de uma acção que pretende resgatar o ideário cooperativo e contribuir para desenvolvimento pessoal e social, na perspectiva de promoção do emprego, fomento ao comércio, agricultura, pescas, habitação, crédito cooperativo, solidariedade, saúde e protecção social.
A sociedade cabo-verdiana é tributária de práticas acentuadas de buscas de alternativas de sobrevivência. Devido a várias circunstâncias, com secas cíclicas e fome catastrófica, o cabo-verdiano tem procurado sobreviver, apoiando-se nas suas próprias forças, que constituem factores contributivos para o desenvolvimento de práticas de “entre ajuda”, nomeadamente, actividades agrícolas, habitação própria, captação de poupanças e créditos mútuos, visando o auto financiamento solidário das despesas, investimentos das famílias, enterro dos entes queridos e resolução de problemas comuns.
Neste sentido, o Cabo-verdiano, tanto no passado como no presente, não se tem comportado como mero sujeito passivo do seu desenvolvimento mas, pelo contrário, envolveu-se, desde sempre, na procura de soluções alternativas, para garantir a sua sobrevivência, assumindo, assim, um papel importante na luta contra a pobreza e as desigualdades sociais.
É nesse contexto sócio cultural que surge o movimento cooperativo cabo-verdiano, que tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento do país, e na melhoria das condições de vida das populações.
Desde a sua criação, o Fórum Cooperativo, tem vindo a promover o desenvolvimento e a consolidação das cooperativas e mutualidades, como forma de favorecer o reforço de práticas de solidariedade social, entre ajuda e cooperação mútua.