O Ministro da Modernização do Estado e da Administração Pública defendeu, esta terça-feira, 25 de março, que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deve unir-se para criar uma rede de hubs de inovação, onde “jovens cabo-verdianos, brasileiros, angolanos, moçambicanos e de todos os países irmãos possam colaborar em soluções para problemas comuns”, por forma a “otimizar a nossa capacidade e promover a criatividade pela interação de ideias inovadoras”. Eurico Monteiro fez esta consideração durante a abertura da III Reunião Interministerial da Governação Eletrónica da CPLP, que decorreu esta terça-feira, em Lisboa, Portugal, na qual representou Cabo Verde, enquanto tutela da pasta da Governação Eletrónica.
Durante a sua intervenção neste importante evento, onde os estados-membros debateram a “Inovação Jovem para um Planeta Melhor: Inteligência Artificial e Transformação Digital ao Serviço da Sustentabilidade e da Inclusão”, o governante chamou a atenção para os desafios das alterações climáticas, da escassez de recursos e da necessidade de uma governação mais eficiente, desafios que Cabo Verde, enquanto pequeno Estado Insular em desenvolvimento, “compreende melhor do que ninguém”.
“Mas também enxergamos, com clareza, o potencial da juventude e da inovação digital para superar esses desafios”, sublinhou o Ministro, para quem “os jovens são os protagonistas desta revolução”, uma vez que, não só dominam as ferramentas digitais, como também as reinventam.
Em Cabo Verde, informou Eurico Monteiro, “temos visto startups lideradas por jovens a inovar no desenvolvimento de serviços públicos e a utilizar a Inteligência Artificial para otimizar o uso da água na agricultura, para criar plataformas de educação inclusiva”.
“Temos visto jovens a desenvolver plataformas tecnológicas para melhorar o acesso à saúde, ao diagnóstico e às prescrições médicas. Plataformas a criar um novo conceito de comercio e de serviços, frutos da sua imaginação criadora”, prosseguiu o Ministro, exortando a todos, enquanto governantes, a investirem na capacitação digital da juventude, garantindo acesso à formação em ciência de dados, programação e ética digital, por forma a que a informação chegue à todos.
É que, para o Ministro, a transformação digital só terá sucesso se for inclusiva. Em Cabo Verde, exemplificou, “estamos a expandir e a melhorar a conectividade às ilhas e a promover a literacia digital”. Mas este esforço “deve ser coletivo”, defendeu.
Assim, entende o governante, a CPLP pode liderar uma Estratégia de Inclusão Digital, com i) Infraestruturas partilhadas (como cabos submarinos de fibra ótica); ii) Programas de upcycling tecnológico (reutilizando equipamentos para escolas e centros comunitários) e iii) Políticas de governo aberto, com transparência reforçada por blockchain e participação cidadã via plataformas digitais. Da nossa parte, garantiu o Ministro, “estamos prontos para trabalhar lado a lado com os países da CPLP, aproveitando o potencial da nossa juventude, da IA e da inovação sustentável”.