“Em Cabo Verde, a água e energia não têm apenas uma relação, têm profundos vínculos umbilicais”, disse hoje, 25 de Março o Ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Antero Veiga, na abertura do primeiro fórum sobre a água e energia promovida pela Agência Nacional de Água e Saneamento (ANAS).
Antero Veiga parabenizou a referida agência pela iniciativa do Fórum sobre ”Água e Energia”, e pelo programa realizado por ocasião do Dia Mundial da Água que comemorou com diversas actividades alusivas à efeméride.
Segundo o governante, Cabo Verde vive um momento de “profundas transformações ambientais, sociais e económicas” para que os seus cidadãos possam ter mais e melhor qualidade de vida.
Nesse contexto, sublinhou, enormes desafios vêm sendo colocados ao sector da água e do saneamento.
De acordo com o ministro, o Governo está empenhado em aumentar o acesso à água potável e ao saneamento básico, assim como integrar a gestão dos recursos hídricos e do saneamento básico e implementar uma técnica efectiva e económica de regulação.
Na sua perspectiva, pretende-se ainda assegurar a sustentabilidade financeira do sistema com ênfase na recuperação dos custos e promover a criação de empresas de água e saneamento viáveis, atraindo o sector privado.
“Os grandes eixos da reforma em curso devem ser um marco de revisitação institucional, empresarial e dos cidadãos, tendo em conta as responsabilidades de todos no processo de criação de um sistema mais eficiente e com mais e melhor água e saneamento para todos”, destacou o ministro, para quem, neste processo, a regulação joga um “papel crucial”.
Dados da ONU indicam que cerca de 8% da energia gerada no planeta são usados para bombear, tratar e levar água para o consumo humano e 75% de todo o consumo industrial de água direccionam-se à produção de energia eléctrica.
Em Cabo Verde, segundo o presidente da ANAS, Hércules Vieira, existem empresas operadoras no sector da água que chegam a despender mais de metade dos seus rendimentos para suportar custos de energia associados à bombagem e transporte de água, que, posteriormente, serão transferidos para o tarifário.
Por isso mesmo, considera que o tema do fórum “Água e Energia”, que de resto é o lema das Nações para assinalar o Dia Mundial de Água deste ano, é “particularmente importante” para Cabo Verde, uma vez que poderá permitir a identificação de formas de produzir água com energias mais barata.
“Trata-se de uma situação penalizante para quem consome a água. Por isso, queremos tentar encontrar soluções viáveis para que possamos no futuro fornecer um serviço de água de facto à altura das populações”, afirmou salientando que o objectivo é ter água sim, mas tendo em análise a capacidade de pagamento por parte das pessoas.
A abertura do Fórum Água e Energia foi precedida de actuação do emblemático grupo da capital, Raiz di Pólon, encenando situações da falta de água.
