Senhor Presidente da Assembleia Nacional
Membros do Governo
Deputadas e Deputados
Ainda no mês da Mulher e na véspera do Dia da Mulher Cabo-verdiana, saúdo todas as mulheres cabo-verdianas.
No mês de março, mês da mulher, o debate sobre as políticas dirigidas à Mulher cabo-verdiana, é pertinente.
Pertinente porque apesar dos avanços que o país vem registando na igualdade e equidade de género, os desafios impõem que continuemos com consistência e determinação para melhorar ainda mais. O Plano Nacional da Igualdade de género 2021-2025, alinhado com o Programa do Governo e com o PEDS tem permitido atingir importantes resultados ao nível de:
Políticas públicas dirigidas ao Empoderamento e Autonomia Económica das Mulheres, tem permitido:
Pelo facto de existir ainda em Cabo Verde muitas situações de diferenciação salarial entre homens e mulheres, o aumento do Salário Mínimo Nacional tende a beneficiar particularmente as mulheres.
É o que acontece com as cozinheiras da FICASE, cujo salário em 2016 era de 8.250$00, sem cobertura de segurança social. Hoje, com o aumento do SMN e com o PCFR, recebem 19.000$00, com cobertura de segurança social no INPS.
Muitas outras trabalhadoras, particularmente as dos serviços de saneamento das Câmaras Municipais, poderão beneficiar do Salário Mínimo Nacional e da Regularização de Vínculos Precários, se as Câmaras cumprirem a lei.
A nível nacional, a taxa de desemprego e de pobreza é maior entre as mulheres. 65% das Unidades de Produção Informal, atividades que geram baixos rendimentos e não têm cobertura de segurança social, pertencem a mulheres.
Esta realidade exige a continuidade de políticas públicas de qualificação profissional, fomento do empreendedorismo, inclusão produtiva e transição para a economia formal com acesso à segurança social para um maior empoderamento económico e social das mulheres.
Considerando a situação particular das zonas rurais, onde os efeitos prolongados das secas provocaram elevada destruição de empregos, vão ser criados trabalhos públicos associados à ação climática e ambiental, com forte participação de mulheres.
Através do POSER, o Governo vai investir, nos próximos dois anos, mais de 400 mil contos na implementação de projetos hidroagrícolas e ações de formação dirigidas essencialmente a mulheres das zonas rurais.
A redução de encargos com a educação e a formação profissional é uma medida de política que beneficia as famílias, muitas delas chefiadas por mulheres.
A gratuitidade de pagamento de inscrição e propinas no ensino básico e secundário beneficia todos os alunos. Mas no ensino secundário, as meninas são maioria: por cada 100 rapazes, 120 são meninas.
A isenção de pagamento de formação profissional a jovens de famílias mais pobres, beneficia maioritariamente jovens mulheres.
Com o Plano Nacional de Cuidados, aprovado em 2017, criou-se uma nova profissão, cuidadores, exercida maioritariamente por mulheres em creches, jardins infantis, centros de dia e lares para idosos e serviços de cuidados a pessoas com deficiências.
Na Habitação e Habitabilidade, os investimentos realizados em reabilitação de casas, construção de casas sociais, acesso à água, eletricidade e casas de banho e a taxa social de água e energia, beneficiam milhares de famílias e milhares de mulheres.
Várias medidas de políticas ao combate à violência contra mulheres e meninas foram tomadas e estão em execução. Destaco:
Apesar de registar diminuição de ocorrências, a prevenção e o combate à violência baseada no género, ao assédio sexual em local de trabalho e a abusos e exploração sexuais de crianças e adolescentes devem continuar a merecer a nossa prioridade.
Na Saúde:
Senhor Presidente da Assembleia Nacional
Senhoras e Senhores Deputados
A aprovação da Lei da Paridade, em 2019, foi um marco importante e permitiu que hoje tenhamos mais mulheres no Parlamento, nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Municipais e em órgãos sociais das empresas públicas.
A nível dos cargos de direção superior na Administração Pública, os homens prevalecem com 56%.
Apenas 29% de mulheres ocupam cargos de direção nas empresas em geral.
Nas Sociedades Empresariais Públicas, 37% das mulheres ocupam cargos de membros de Conselho de Administração, abaixo da paridade.
Quer a nível da participação política, quer em posições de alta direção nas empresas, há trabalho a fazer para melhorar o posicionamento das mulheres.
Muito obrigado.