O Ministro do Mar, Eng.º Jorge Santos, testemunhou na terça-feira, no porto Vale dos Cavaleiros, na ilha do Fogo, que o processo de desmantelamento do “MV DEIMOS”, encalhado desde 13 de novembro de 2020, segue a bom ritmo, estando já removidos cerca de 800 toneladas de material e cumprido cerca de 50% da operação.
Sob a liderança do IMP, enquanto administração e autoridade marítima nacional, a Koole Contractors, empresa especializada em desmantelamento de navios é que gere esta operação técnica, com o concurso de técnicos especializados dos Países Baixos, incluindo dois Cabo-verdianos, um fato que mereceu elogios do Ministro do Mar, assinalando que a presença dos técnicos Cabo-verdianos nesta operação prova a internacionalização da mão-de-obra especializada Cabo-verdiana, o que na sua opinião “engrandece esta operação”, iniciada em outubro e que ontem fez uma pausa, devido à agitação do mar nesta região da ilha do Fogo, devendo ser retomada em março próximo até à sua conclusão, prevista para junho.
O Ministro pontuou que o encalhamento do “MV DEIMOS” veio criar problemas de segurança e ambientais, problemas que foram estudados pelo IMP e pela Enapor, que acionaram tudo o que era legal para a normalização da situação no Porto de Vale dos Cavaleiros.
Desde 2020, o processo correu os seus trâmites jurídicos junto das seguradoras e está-se, agora, na fase de desmantelamento, remoção e limpeza da baía para repor a normalidade da navegabilidade em segurança no Porto.
“É uma operação muito complexa”, sendo um navio de cerca de 80 metros de comprimento, cujo encalhe ocorreu entre rocha e areia.
O Ministro do Mar que esteve no local para testemunhar o andamento da operação, juntamente com a Administração do IMP, representantes da Enapor e com os técnicos especializados da Koole Contractors destacou a qualidade da operação, ressalvando a sua dimensão e complexidade.
Esta fase, só foi possível após um aturado processo de negociação a nível internacional, que permitiu a contratualização de uma empresa especializada nos Países Baixos, pela via da seguradora do navio, pontuando o Ministro que esta operação de desmantelamento custa em torno de 1,7 milhões de euros, valor 100% assumido pela seguradora da embarcação.
A primeira fase da operação de desmantelamento ocorreu de outubro ao dia de ontem, terça-feira, 17, contemplando a limpeza e remoção de cerca de 800 toneladas de material do barco. Regista-se agora uma pausa devido às condições do mar no Porto, sendo que a operação vai ser retomada em março para a sua conclusão em junho, altura em que a baía do Vale dos Cavaleiros ficará “completamente limpa”.
O Ministro do Mar destacou a importância da prevenção da segurança e da navegabilidade dentro do Porto e a nível dos mares, e enalteceu este ato de preservação do meio ambiente marinho, sublinhando que esta é uma operação “única e singular”, sendo a primeira vez que uma operação desta natureza está a ocorrer no nosso País.
“É o timing necessário para o sucesso desta operação. Esse tipo de operações exige tempo, muita tecnicidade e acima de tudo muita cautela jurídica, pois estamos tratando de bens”, observou.
Quanto ao possível risco de poluição, o Ministro pontua que tal foi desviado com a limpeza e a remoção de todo o material poluente. Está-se na fase de remoção da parte mais sólida, que é a estrutura do navio. “Pode ocorrer algum risco, é uma operação mecânica, mas é um risco controlado e limitado”, acentuou.
No próximo ano, Cabo Verde vai avançar com uma “grande” campanha de limpeza e remoção dos obstáculos que existem e que causam dificuldades à navegabilidade e à segurança e que influenciam a nível do meio ambiente, indicou o Ministro que garantiu que o IMP já tem um levantamento nacional sobre os navios encalhados e afundados nas baías, que criam problemas de segurança e ambientais e que carece de trabalho idêntico ao que ocorre com o “MV DEIMOS”.
“São trabalhos muito técnicos, muito especializados e caros” que, entretanto, são necessários, pontuou.