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Ulisses Correia e Silva apela à procura de melhores soluções para concretização do Pacto Global para Migração

Segundo avançou Ulisses Correia e Silva, a democracia está em ataque em várias partes do mundo em contextos de populismo, extremismos e de política quântica, o que lança combustível para a fogueira do racismo e para a negação do outro. “As guerras, os conflitos, elevados níveis de pobreza extrema e desigualdades são ignições para migrações descontroladas”.

Ao presidir à abertura da conferência internacional sobre “Imigração em Cabo Verde: Cooperação e parcerias na promoção da integração de imigrantes”, realizada esta sexta-feira, 10, na Universidade de Santiago, o Primeiro Ministro fez um apelo para a procura de melhores soluções que concretizem o Pacto Global para Migração, afirmando que “a imigração é uma problemática antiga e atual”.

“Os dramas humanos que assistimos permanentemente com mortes nos mares, trafico de pessoas, exploração de vulnerabilidades de imigrantes e exposição a atos como o xenofobismo, interpela todos os países do mundo na procura de melhores soluções que concretizem o Pacto Global para Migração através de regras internacionais para migração segura, ordenada e regular numa abordagem cooperativa entre os países”, declarou.

“Uma das lições da pandemia da COVID-19, é que não é possível vencer fenómenos que extravasam as fronteiras de cada país sem ação cooperativa assente em responsabilidades globais partilhadas e em responsabilidades de cada país”, disse ainda o Chefe do Governo, acrescentando que “não há pacto global sem pacto social e político interno a cada país e sem políticas que sustentem esse pacto”.

Segundo avançou Ulisses Correia e Silva, a democracia está em ataque em várias partes do mundo em contextos de populismo, extremismos e de política quântica, o que lança combustível para a fogueira do racismo e para a negação do outro. “As guerras, os conflitos, elevados níveis de pobreza extrema e desigualdades são ignições para migrações descontroladas”, referiu ainda.

“Estas complexidades todas não podem ser respondidas nem com apatia e nem com o caos.

Por isso, é preciso, por um lado, discutir e debater a problemática de imigração no sentido de encontrar soluções eficazes de regulação de fluxos migratórios e de combate eficaz aos criminosos que se alimentam de negócios que colocam milhares de pessoas em perigo através de travessias marítimas e terrestres e milhares de pessoas em situação de indignidade humana através da exploração da mão-de-obra desprotegida e vulnerável nos países de acolhimento. Por outro lado, implementar políticas de proteção de direitos laborais, de integração e inclusão social e económica dos imigrantes”, avançou ainda.

Ainda segundo disse o Primeiro Ministro, “nenhum país do mundo pratica política de zero controlo da imigração, por isso é que existem fronteiras e controlo de fronteiras”. Por isso, “é redundante falar de portas escancaradas à imigração, porque elas não existem”.

“O que todos os países deviam fazer é definir e implementar políticas de imigração transparentes que regulem fluxos migratórios, protejam direitos cívicos e laborais, integrem económica e socialmente os imigrantes. O consenso social e político sobre essas políticas é importante para a sua implementação em ambiente favorável”, concluiu.

Esta conferência internacional contou com o apoio da União Europeia, contratualizado pelo International Centre for Migration Policy Development (ICMPD) através da Migration Partnership Facility, e está integrada no Projeto denominado “Coop4Int”.