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INMG – Atualização da atividade Sísmica sentidos nos últimos dias na ilha da Brava

Na sequência dos eventos sísmicos sentidos nos últimos dias na ilha da Brava, vem o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica – INMG, apresentar os seguintes esclarecimentos:

A crise sísmica registada na Ilha Brava teve início no dia 30/10, com o registo de um evento de magnitude 3,6 às 18h19. Após este, foram registados mais oito eventos da mesma ordem de magnitude e que foram também sentidos pela população. Às 21h00 foi registado um evento com magnitude 4,8, após o qual se seguiu uma tempestade sísmica que durou mais de 48 horas. A maioria desses eventos foram de magnitude muito baixa, de modo que não foi possível localizá-los. A atividade sísmica foi interpretada com sendo resultante de acumulação de magma na base da ilha.

A partir do dia 1/11 o número de eventos registados tem variado entre 2 eventos por minuto e um em cada cinco minutos.

Os hipocentros foram inicialmente localizados todos na zona da Praia de Águada a uma profundidade compreendida entre 4 e 3 km de profundidade. Nos dias que se seguiram, os hipocentros passaram a ser localizados também no interior da ilha. O que sugere a propagação na horizontal de magma.

Note-se que a partir do dia 9/11 começou-se a observar a ocorrência de um sinal contínuo, com intensidade variável, com picos espectrais específicos (por exemplo, 3, 6 12 ciclos por segundo). Este sinal é interpretado com sendo produzido pelo fluxo de gases de origem vulcânica, e denominado tremor harmónico.

A partir do dia 15/11 que houve um agravamento do estado da ilha. Foram registados episódios de tremor vulcânico mais intensos, eventos de longo-período (provocados pelo choque do movimento de magma) e os eventos em rajada (eventos idênticos registados com alguns segundos de separação entre eles).

E a partir desse dia os sismos sentidos tronaram-se mais frequentes e a taxa sísmica também aumentou.

Tendo em consideração este conjunto de alterações, o nível de alerta passou de 2 (que foi adotado logo no dia 30/10 à noite) para 3, no qual ainda se mantém. Sublinha-se que a tabela de níveis de alerta está divida em 5 etapas. A primeira corresponde ao estado de repouso; a segunda corresponde a uma alteração significativa em relativamente ao estado normal e pode a apontar para uma anomalia, caso a alteração se mantiver por algum tempo; o terceiro corresponde a persistência da atividade sísmica acompanhada do registo de sinais sem ambiguidade de origem vulcânica; no quarto nível, os focos dos sismos tornam-se sistematicamente menos profundos e outros sinais são registados (tipo tremor vulcânico), neste nível as probabilidades de acontecer uma erupção nos próximos dias é da ordem dos 75%; o quinto nível corresponde ao estado de erupção ou é iminente.

Relativamente ao fenómeno observado na encosta leste da Ilha do Fogo, mais concretamente no sítio denominado Rola-Rola, o INMG informa, que não se trata de uma nuvem eruptiva. Os dados registados pela Rede de Monitorização Geofísica do Vulcão do Fogo não mostram nenhuma anomalia, que pudessem apontar para uma eventual erupção, em curso ou na iminência de acontecer.

A julgar pelas imagens analisadas, trata-se de nuvens de poeira levantada pela queda frequente de pedras naquele sítio. É também provável que as fortes precipitações ocorridas na ilha durante este ano tenham contribuído para uma maior erosão, que favorece a queda de pedras, pelo que a situação não tem nada a ver com a ilha Brava.

O INMG continuará a fazer o seguimento da situação na ilha Brava, pelo que não há motivos para alarme, entretanto as autoridades devem-se manter alertas.