Num esforço conjunto para promover a conscientização sobre a importância do aleitamento materno e discutir as barreiras enfrentadas pelas mães no local de trabalho, a Rede de Mulheres Parlamentares e os seus parceiros realizaram, ontem, 7 de agosto, uma conversa aberta subordinada ao tema “Impulsionar e Promover a Criação de Espaços para Amamentação nos Locais de Trabalho”, assunto que marcou uma das atividades proeminentes da Semana Mundial do Aleitamento Materno 2023.
Durante a conversa, especialistas em saúde, nutricionistas e ativistas partilharam as suas perspetivas sobre como superar os obstáculos que muitas mães enfrentam ao tentar amamentar enquanto continuam as suas carreiras. Um dos principais pontos ressaltados foi que as limitações nos locais de trabalho continuam a ser um dos principais fatores que influenciam as mães a não amamentarem ou a interromperem a amamentação mais cedo do que o recomendado pelas OMS e a UNICEF. Mesmo com licenças de maternidade e parentais adequadas, a falta de apoio ao aleitamento materno no ambiente profissional pode prejudicar significativamente o processo.
O evento procurou, ainda, fomentar o debate sobre a importância de criar ambientes de trabalho favoráveis às lactantes. Ao abordar questões cruciais relacionadas ao aleitamento materno, os participantes exploraram formas de estabelecer políticas e práticas que incentivem a amamentação, além de garantir a igualdade de oportunidades para mães que desejam continuar as suas carreiras enquanto nutrem os seus bebés.
Ao longo da Semana Mundial do Aleitamento Materno, que ocorreu de 1 a 7 de agosto, uma série de atividades foi realizada com o intuito de informar e envolver a sociedade nos desafios enfrentados por pais que trabalham em relação à amamentação e à paternidade. Durante essa semana, especialistas discutiram com a população local a importância da licença remunerada e do suporte no local de trabalho, nomeadamente as ferramentas fundamentais para apoiar a amamentação. Além disso, houve um esforço coordenado para sensibilizar organizações e indivíduos a colaborarem e fornecerem suporte às mães que amamentam, tanto no ambiente de trabalho como em outros contextos.
Entre as ações recomendadas pela OMS, durante a conversa, estão o fortalecimento do controlo e aplicação das legislações relacionadas ao código internacional de comercialização de substitutos do leite materno. A adoção de um período obrigatório e remunerado de licença de maternidade de seis meses, bem como as políticas de incentivo à amamentação no local de trabalho e em espaços públicos, também foi analisada. Outras iniciativas referidas durante o encontro incluem a expansão e a institucionalização do conceito de “hospital amigo da criança” nos sistemas de saúde, a promoção do aconselhamento entre pares e em grupo, para melhorar as taxas de aleitamento materno exclusivo e campanhas de comunicação adaptadas a contextos locais.
O evento, organizado pela Direção Nacional de Saúde, através de uma equipa de coordenação do Programa Nacional de Nutrição e Escolas Promotoras de Saúde, contou com a participação de Mayra Andrade, Madrinha da Semana Mundial do Aleitamento Materno de 2023, bem como com um grupo diversificado de nutricionistas provenientes de diversas instituições de saúde, membros da Rede de Mulheres Parlamentares e outras entidades participaram do “Diálogo Aberto”, contribuindo com discussões construtivas e reflexões voltadas para o futuro das políticas e práticas de amamentação nos locais de trabalho.
