“Há todo o período que veio a acontecer depois da independência, tivemos 15 anos de regime de partido único, que acabou por impactar muito daquilo que foi o país. Quando falamos de partidarização da administração pública é preciso não esquecer que antes o Estado e o partido eram a mesma coisa, portanto ainda temos resquícios dessa época”, declarou o PM.
O Primeiro Ministro participou hoje, 05 de julho, nas cerimónias oficiais em comemoração do 48º aniversário de independência de Cabo Verde, logo pela manhã na homenagem a Amílcar Cabral, com a deposição de uma coroa de flores no seu memorial, seguido pela sessão solene na Assembleia Nacional.
Para o Chefe do Governo este “é sempre um dia para refletirmos. O nosso Cabo Verde é fruto de gerações que sonharam e lutaram pela independência, passando por um regime de partido único até a era da democracia e liberdade”, disse.
“Há todo o período que veio a acontecer depois da independência, tivemos 15 anos de regime de partido único, que acabou por impactar muito daquilo que foi o país. Quando falamos de partidarização da administração pública é preciso não esquecer que antes o Estado e o partido eram a mesma coisa, portanto ainda temos resquícios dessa época”, declarou ainda.
Contudo, “a democracia abriu as portas para um novo tempo de modernização e respeito internacional, que ainda enfrenta desafios”, sublinhou, destacando “a resiliência deste povo e os combates que temos pela frente”.
Ainda de acordo com Ulisses Correia e Silva, Cabo Verde tem enfrentado crises graves nos últimos anos, como a pandemia, o impacto da guerra na Ucrânia e a inflação. Apesar desses desafios, progressos foram alcançados desde o MpD reassumiu o poder em 2016. A redução da pobreza, o aumento das oportunidades de emprego e formação para os jovens, além do avanço nas qualificações da população são disso exemplo.
“Há desafios enormes, ninguém deve ignorar que de 2020 até agora nós temos estado a viver períodos de crises muito graves e isto impacta todos os países do mundo e não deixará de impactar um país com as suas vulnerabilidades como Cabo Verde, estou a falar da pandemia, do impacto da guerra na Ucrânia e da inflação e, mesmo assim, o país teve progressos”, avançou.
Conforme avançou à imprensa, é preciso fazer política com mais elevação em Cabo Verde, ou seja, com menos acusações e suspeições, mas sim apresentando alternativas e propostas concretas.
“É preciso fazer política com menos acusações, suspeições, como caracterizar o governo de gente pouco séria. Isso é que nós temos estado a verificar e é preciso também identificar muito bem quem faz este tipo de política, nós não nos sentimos representados nesta forma de política, quem assiste o parlamento vê, de facto, os discursos políticos desde 2016 tem sido no sentido de muita suspeição, acusação e poucas alternativas e propostas”, declarou ainda.
“Nós iremos continuar focados naquilo que é o nosso papel, de governar e de fazer a democracia funcionar”, concluiu.