O evento que teve lugar nesta quarta-feira, 17 de maio, com sala cheia, é um momento de celebração do 10º aniversário do serviço de neonatologia do Hospital Dr. Agostinho Neto, sob o lema “impacto do serviço na diminuição da mortalidade infantil em Cabo Verde” cujo objetivo foi de promover um espaço de debate e partilha de conhecimentos relacionados com o tema bem como o apontar de novos caminhos para a melhoria dos cuidados prestados aos recém-nascidos, enquadrado nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O evento que teve lugar nesta quarta-feira, 17 de maio, com sala cheia, é um momento de celebração do 10º aniversário do serviço de neonatologia do Hospital Dr. Agostinho Neto, sob o lema “impacto do serviço na diminuição da mortalidade infantil em Cabo Verde” cujo objetivo foi de promover um espaço de debate e partilha de conhecimentos relacionados com o tema bem como o apontar de novos caminhos para a melhoria dos cuidados prestados aos recém-nascidos, enquadrado nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
De acordo com a Diretora Nacional da Saúde, Angela Gomes, que presidiu a cerimonia de abertura do Congresso, o país registou grandes ganhos nesta área, porque a mortalidade materna e infantil são indicadores “mais finos” que informam sobre a qualidade de saúde de uma população, pois houve a redução consistente nas taxas de mortalidade infantil a nível global e nos subtipos de nortes neonatais.
“Verificamos que a taxa de mortalidade infantil que era de 20,3/mil em 2014 passou para 13/mil em 2018, tendo atingido a meta prevista para 12,5/ mil em 2021. A Mortalidade neonatal precoce passou de 10,8%o para 6,3%o, e a taxa de mortalidade perinatal de 25‰ em 2014, para 19,1/ mil, 2018, e 11%mil em 2021.”
Estes indicadores, segundo a Diretora Nacional da Saúde, mostram que Cabo Verde tem apresentado, ao longo dos anos, uma tendência globalmente positiva em termos de cuidados materno infantil. “São ganhos importantes, consistentes e que espelham por um lado, os investimentos feitos pelos sucessivos governos no setor da saúde, e por outro lado, mas sobretudo, a grande contribuição e envolvimento de todos os profissionais da saúde nos diferentes níveis de cuidados” sublinhou.
Angela Gomes reconheceu que, apesar da alta taxa de cobertura de consultas e cuidados no pré-natal com mais de 95% dos partos a serem realizados nos estabelecimentos de saúde e assistidos por profissionais habilitados, não são somente estas intervenções que contribuíram para se alcançar os objetivos da redução da mortalidade materna e neonatal.
Por isso, ressaltou que outras medidas importantes foram tomadas e tiveram grande importância e contribuíram, de que maneira, para esta redução, nomeadamente a instalação de serviços de neonatologia nos hospitais centrais e unidades de cuidados avançados aos recém-nascidos nos hospitais regionais, que impactam significativamente na melhoria dos indicadores de saúde infantil, principal na diminuição dos óbitos nas primeiras 48 horas de vida.
Salientou, ainda, a instalação e a operacionalização do banco de leite materno nos dois hospitais centrais do país que contribuem fortemente para a sobrevivência dos neonatos, para além de outras medidas como a disponibilização de recursos humanos especializados na área como: especialistas em neonatologia, aumento do número de pediatras mesmo nos hospitais regionais, enfermeiros e outros técnicos de saúde com competências e treinamentos específicos para atender recém-nascidos de alto risco.
Na mesma lógica, o Presidente do Conselho de Administração do Hospital Dr. Agostinho Neto, Imadoeno Cabral, enaltece todo o investimento que o governo vem realizando nesta área, salientando que há 15 anos atrás, o país não tinha nenhum especialista na área de neonatologia, não havia pediatras especializados, nem enfermeiros capacitados, mas “neste momento existe uma equipa multidisciplinar que estão disponíveis para dar suporte às necessidades dos recém-nascidos.” Disse que houve também grandes investimentos em termos de equipamentos pois, também os hospitais centrais foram apetrechados com equipamentos adequados para receber e tratar os pacientes.
Para Imadoeno Cabral os 10 anos são de ganhos importantes, porquanto também engloba a componente de leite humano com a criação dos bancos de leite humano que dão suporte as recém-nascidos que dele precisa.
O Diretor do Serviço de Neonatologia do HAN, António Cruz, informou que a quando da independência faleciam em Cabo Verde, cerca de 108 crianças por cada mil nascidos vivos até um ano de idade, em 2022 a taxa de mortalidade infantil se situou em 10,5/mil, o que quer dizer uma 2descida exponencial,” isto graças ao contributo de todo o sistema de saúde, ao empenho de todos os profissionais, dos cabo-verdianos e também da cooperação estrangeira.
O Serviço de Neonatologia do HAN foi instalado em 2013 para prestar assistência a todos os recém-nascidos que nascem naquele hospital ou pertencente ou não a sua área de abrangência.
