“Hoje, a mulher está em todas as áreas profissionais. Temos mulheres médicas, advogadas, engenheiras, costureiras, na construção civil, como condutora de autocarro…hoje temos um parlamento em que, de 72 deputados, 29 são mulheres, sendo que na primeira legislatura, num universo de 56 deputados.
A Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública (MMEAP), Edna Oliveira, considerou, esta sexta-feira, 17, durante o ato de abertura da conferência “Em busca da História da Mulher Cabo-Verdiana”, promovida pelo Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde (IANCV), no quadro das celebrações do “março, mês da mulher”, que presidiu, que “a mulher cabo-verdiana tem tido uma trajetória de sucesso”.
Um percurso de sucesso, em que a mulher “deixa de ocupar apenas uma posição de mãe, esposa, doméstica, subserviente e dependente do homem, para assumir a independência e o rumo da sua própria vida pessoal e profissional”, sublinhou a Ministra, durante o seu discurso, enquanto referenciava a história de uma mulher que conheceu profissionalmente há muitos anos e que, mesmo perante a humilhação e constrangimento de ser desrespeitada pelo marido, a todos os níveis, desde o adultério explícito à violência, física e psicológica, recusava a hipótese de divorciar, primeiramente por depender financeiramente do mesmo, e segundo pelo medo do julgamento público enquanto mulher separada, que não mereceria o respeito nem dos homens, nem das mulheres da sua comunidade.
De subjugada, fragilizada, inferiorizada, dominada, discriminada, reduzida essencialmente às funções de procriar e cuidar dos afazeres domésticos, à conquista pelo empoderamento, independência, reconhecimento, respeito… “hoje podemos assinalar os ganhos da mulher cabo-verdiana, a vários níveis, desde do social, pessoal, ao profissional”.
“Hoje, a mulher está em todas as áreas profissionais. Temos mulheres médicas, advogadas, engenheiras, costureiras, na construção civil, como condutora de autocarro…hoje temos um parlamento em que, de 72 deputados, 29 são mulheres, sendo que na primeira legislatura, num universo de 56 deputados, tínhamos apenas uma única mulher”, enalteceu a Ministra.
Embora o percurso seja de sucesso, frisou a governante, “nem todas as mulheres ainda alcançaram este patamar”.
É que ainda existem mulheres que são subservientes, que dependem do marido ou da família, que têm pouca autoconfiança, que não acreditam em si mesmas, “que se consideram meros instrumentos nas mãos dos companheiros”, constatou a Ministra, para quem “essas mulheres merecem todo o suporte, quer a nível da família e da sociedade, quer a nível das instituições públicas, “para as empoderar mental e economicamente e demonstrar que elas também são capazes”.