Em conferência de imprensa, concedida hoje, 03 de março, a Presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Lima, esclareceu que as notícias veiculadas sobre eventual casos de shigelose, ligados a turistas que estiveram na ilha do Sal, tem por base o relato de casos que aconteceram entre agosto a novembro de 2022.
Segundo disse, agora foi publicado um artigo científico que relacionou os casos com uma ligação epidemiológica com Cabo Verde e informou que de agosto a setembro, já foram realizadas uma primeira investigação, em novembro, pelo Instituto Nacional de Saúde Pública e a Delegacia de Saúde do Sal que concluiu que não houve aumento de casos de diarreias comparando com o número dos anos anteriores e portanto não houve nenhuma situação epidemiológica que levasse a concluir que houve um surto de shigellose na ilha do Sal nos meses de setembro, outubro e novembro de 2022.
No entanto, informou que o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional da Saúde Pública tem estado sempre a acompanhar este processo, relembrando que não são casos que acorreram agora, mas sim que foram reportados nos meses de agosto a novembro que são épocas mais quentes, as autoridades nacionais já constituíram uma equipa multidisciplinar que irá ao terreno na próxima semana para fazer uma investigação mais aprofundada.
O objetivo segundo esclareceu, é para investigar não só na identificação de todo fluxo da cadeia alimentar desde aquisição, armazenamento, manipulação dos alimentos e também da água e ver o circuito dos turistas fora dos hotéis.
“Sabemos que há turistas que tem tudo incluído, mas sabemos que há hotéis que saem com os turistas para as aldeias e até onde sabemos nos países também há consultas que se chama medicina do viajante e sempre os viajantes são aconselhados a tomarem precauções sobretudo com a água nos países quentes porque há sempre o risco de contaminação, mas isso é uma situação que acontece em todo o mundo.”
Maria da Luz Lima disse que as shigeloses são infeções que acontecem em todo mundo, são causa de diarreias, mas também que podem dar outros sintomas. “É uma doença muito comum no mundo inteiro, sobretudo nos países quentes e estão muito associados a ingestão de água e alimentos contaminados,” mas também realçou que há outras formas de transmissão.
A Presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública esclareceu que as autoridades sanitárias continuam em alerta e com recomendações bem claras, não só, para as autoridades sanitárias da ilha como para os hotéis, no sentido de reportar qualquer caso que possa constituir preocupação ou alguma ameaça à saúde pública.
Confirmando ou não, acho que esta situação serve para demonstrar que Cabo Verde tem capacidade para fazer uma investigação epidemiológica. É um país seguro, porque qualquer anomalia é identificada, qualquer alteração no nível sanitário que ponha em risco a saúde pública mundial, porque nós falamos da saúde global, Cabo Verde consegue identificar e consegue dar respostas”, acrescentou.
