Miryan Vieira frisou ainda que é preciso fomentar o investimento privado e as parcerias público-privadas, até porque o fortalecimento da economia azul requer ações concertadas, envolvendo todos os stakeholders, porquanto requer uma abordagem integrada, um quadro de cooperação e de financiamento e de desenvolvimento das capacidades.
Sublinhado é da Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (SENEC), Miryan Vieira, aquando da sua intervenção na Blue Talk, que teve lugar esta terça-feira, em formato virtual, em preparação da Conferência dos Oceanos que irá ter lugar, em Lisboa, entre 27 de junho e 1 de julho.
A Secretária de Estado Miryan Vieira disse que esta visão de Cabo Verde deve transformar o mar numa das principais âncoras do desenvolvimento, da diversificação e da especialização da economia Cabo-verdiana nas próximas décadas.
No seu discurso, a governante afirmou ainda que Cabo Verde entende ser fundamental ancorar as suas políticas para o oceano na ciência visando colmatar os efeitos negativos provocados pelas mudanças climáticas, pela acidificação do oceano, pela sobrepesca e pela poluição do meio marinho. “A consolidação das instituições que enformam o Campus do Mar – Instituto do Mar, Escola do Mar e Universidade Técnica do Atlântico – enquadra-se neste propósito”, precisou.
Entretanto, para a implementação dessa visão da economia azul que Cabo Verde tem traçado, são precisos recursos e o engajamento dos parceiros. “É vital a mobilização de recursos internos externos e de parcerias, no quadro da cooperação internacional, para o investimento do setor. Estabelecer parcerias no quadro da cooperação sul-sul e triangular, sobretudo com outros SIDS (pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento) e há possibilidades de explorar a cooperação técnica, nesse sentido”, disse a Secretária de Estado, sublinhando que para a implementação das estratégias já delineadas, torna-se igualmente necessário o reforço do apoio dos parceiros bilaterais e multilaterais como as Nações Unidas, comunidades económicas regionais, e Instituições Financeiras Internacionais (IFIs). “Importa referir que há que ter mecanismos inovadores de financiamento como o blue bonds, debt swaps, ou seja, a reconversão da dívida para o financiamento de programas/projetos referentes á economia azul”, notou.
Miryan Vieira frisou ainda que é preciso fomentar o investimento privado e as parcerias público-privadas, até porque o fortalecimento da economia azul requer ações concertadas, envolvendo todos os stakeholders, porquanto requer uma abordagem integrada, um quadro de cooperação e de financiamento e de desenvolvimento das capacidades.
Nesse evento, acompanharam a Secretária de Estado, a Diretora Nacional de Políticas Externas, Embaixadora Tânia Romualdo, o Embaixador José Luís Rocha, a Ministra Plenipotenciária, Fátima Santos e o Conselheiro de Embaixada, José Mendonça.
De realçar que de forma virtual também estavam o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Francisco André, o Secretário-Geral Adjunto da OCDE, Jeffrey Schlagenhauf; o Representante Permanente de Portugal junto da OCDE, Embaixador Manuel Lobo Antunes e o Embaixador de Portugal em Cabo Verde, António Moniz.