O Primeiro-Ministro que presidiu a sessão solene em comemoração aos 140 Anos da Cidade do Mindelo, no domingo, 14, no Paços do concelho, ressaltou as especificidades de São Vicente enquanto uma ilha importante de Cabo Verde, “pela sua história, cultura, economia e pelo seu cosmopolitismo”. De acordo com Ulisses Correia e Silva, é neste contexto que as apostas do Executivo para a ilha visam criar mais dinâmica económica, gerar emprego e rendimento, no sentido de transformar Mindelo de facto numa cidade da economia azul, da cultura, do turismo, da indústria e da Ciência, Inovação e Tecnologia.
Neste sentido, avançou um conjunto de investimentos públicos e privados que arrancam este ano de 2019. A começar pela lei que cria a Zona Económica Especial de Economia Marítima para São Vicente a ser aprovada este ano, dotando a ilha de um quadro de incentivos competitivos para a atração de investimentos privados e parcerias público-privadas nas atividades relacionadas com a economia marítima, nomeadamente o terminal de contentores, reparação naval e o centro logístico portuário para exportação de pescado. Da mesma forma, serão operacionalizadas este ano, no Campus do Mar, as componentes de investigação e de formação técnica e profissional.
“A componente da formação superior com a criação da Escola do Mar, está a ser estruturada. Exige investimentos em infraestruturas cujo processo de financiamento deverá ser fechado este ano”, garantiu.
No turismo, o Chefe do Governo referiu a construção do Terminal de Cruzeiros que deverá arrancar também este ano, com impacto importante sobre o crescimento do turismo de cruzeiros, e ainda, investimentos privados com potencial de aumentar a capacidade de oferta hoteleira. Oril Mindelo com obras em curso; Salamansa Bay e Tulipa Matiota em fase de financiamento, Marriot de um investidor americano que deverá arrancar em novembro, foram alguns exemplos apontados pelo primeiro-ministro, lembrando que o governo está a apoiar os investidores nacionais junto das instituições financeiras para a obtenção de condições favoráveis de financiamento dos projetos.
A ilha precisa de investimentos que aumentem a capacidade hoteleira da ilha, em quantidade e qualidade para poder dinamizar o turismo, que por sua vez cria mercado para os transportes aéreos, para os restaurantes, a indústria criativa, o comércio, a agroindústria. Para o Primeiro-Ministro, com o aumento de oferta hoteleira, pode-se posicionar São Vicente para receber conferências, congressos e feiras internacionais com mais regularidade, maior número e maior impacto do que tem acontecido ultimamente.
Investimentos privados com o apoio do Governo, com impacto sobre a economia da ilha, o emprego e o rendimento, são para o Primeiro-Ministro, a via para a dinamização sustentável da economia de São Vicente.
“É para produzir esses efeitos e criar as condições para que empresários nacionais possam investir em grandes e bons projetos, que o Governo apresentou ao Parlamento a criação do Fundo Soberano de Garantia Parcial de Investimentos”, indicou Ulisses Correia e Silva.
De forma global, para São Vicente, os investimentos em infraestruturas rondam os 11 milhões de contos, no período 2017/2021. Vão para a Requalificação urbana, Ambiente e saneamento, Requalificação de bairros, reabilitação de casas, acessibilidades, reabilitação de patrimónios históricos e culturais, asfaltagem da Estrada da Baia, Habitação com cerca de 88 casas sociais em Portelinha, para o Aeroporto Cesária Évora na adequação das operações noturnas e repavimentação da plataforma, e ainda para o Terminal de Cruzeiros, o Data Center do Parque Tecnológico, a Saúde com a construção do Centro hemodiálise, o Centro ambulatório do HBS, a Reabilitação do CTO, o Bloco Maternidade e Pediatria do HBS, e para a Cultura com destaque para o Edifício do CNAD e do Palácio do Povo. Segurança recebe uma boa quantia para a implantação do Projeto Cidade Segura.