O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, falava à margem da sessão solene comemorativa do Dia 13 de Janeiro, Dia da Liberdade e da Democracia, que decorreu este domingo, na Assembleia Nacional. Ulisses Correia e Silva sublinhou tratar-se de uma data importante e única na vida do país, que marca a era da modernidade no concerto das nações democráticas livres, a par da data da Independência.
Para o Primeiro-ministro, o 13 de Janeiro não assinala apenas o momento em que se realizaram as primeiras eleições multipartidárias. É muito mais que isso. Houve mudança, uma rutura de regime político, económico, de relações sociais, permitiu que houvesse a liberdade individual, de escolha política, económica e intuições que suportam o desenvolvimento do país. É uma data importante que deve ser valorizada. Neste sentido, analisou, “a democracia como é vista no mundo não é um dado adquirido, deve ser cuidada, é preciso evitar o populismo, a demagogia e tentações de criar um ambiente de caos que possam fragilizar a democracia. Em Cabo Verde, nós todos temos esta responsabilidade, política, mas também social no sentido de fortalecer cada vez mais a nossa democracia”.
Questionado sobre os sinais sociais, Ulisses Correia e Silva afirma estar atento a todos os sinais sociais, mas que é preciso saber lê-los, sem dramatizar, até porque se contarem o número de manifestações que ocorreram em 2018 se vê, que não foram assim tantas, e depois, não se pode extrapolar para dar uma ideia que há uma tensão social ou descontentamento generalizado, porque não é verdade.
Por outro lado, o Primeiro-ministro reiterou que as pessoas são livres para se manifestarem com que pretexto for, desde que o façam no quadro do respeito da lei e da sã convivência democrática e sem violência. “Não é importante se há manipulação ou não de quem manifesta, ou se há interesses político-partidários que sabemos que normalmente existem, o importante é que as pessoas tenham voz e se sentem livres”, aponta, lembrando que se hoje há mais manifestações é porque as pessoas se sentem mais livres, menos condicionadas, em fazer as manifestações.
O Chefe do Executivo acrescentou que as devidas leituras estão sendo feitas, sem se sentir condicionado ou sobre ameaça, mesmo que há mensagens neste sentido para constranger a ação governativa. Tem que ser analisado com tolerância de todos os lados, daqueles que se sentem no direito de manifestar e da parte do governo que terá que fazer as suas leituras e dar as respostas importantes para o país.
Em relação ao ambiente entre os partidos políticos na Assembleia, respondendo aos jornalistas, Ulisses Correia e Silva disse que já foi mais crispada, acrescentado, que existe toda a abertura quer a nível da representação parlamentar que suporta o governo, quer a nível do governo, de melhorar ainda mais o ambiente politico. “Digo sempre é preciso não dramatizar, o ambiente parlamentar é parlamentar em toda a parte do mundo, não é para fazer festinhas, cada um defende com as suas convicções os seus princípios e ideais, e há momento em que se tem de procurar os consensos, particularmente quando há necessidade de aprovar leis estruturantes que exigem maiorias qualificadas de dois terços”, sublinha, destacando que a história do parlamentarismo tem demonstrado que se tem conseguido. Já aprovamos várias leis com essas exigências e vamos aprovar outras no futuro”, concluiu o Primeiro-ministro.