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OE2018: antiga ministra Sara Lopes propõe governação participativa no domínio das infraestruturas

A antiga ministra das Infraestruturas e Transportes, Sara Lopes, esteve hoje em audição com Ministro das Finanças, Olavo Correia, sobre o Orçamento de Estado para 2018. Sara Lopes agradeceu a oportunidade que o Ministro a concedeu para que pudessem conversar sobre dossiês em que trabalhou durante algum tempo, enquanto membro do Governo.

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O financiamento das infraestruturas foi uma das questões levadas pela ex-ministra Sara Lopes, setor em que sugeriu uma governação participativa por forma a se definir quais são as infraestruturas essenciais para o país. “Tendo em conta as limitações por causa do nível de endividamento e ao custo do dinheiro, a nossa sugestão começa por uma abordagem de governação participativa, chamando as forças vivas, e que se faça uma equipa de notáveis para definirem quais são as infraestruturas que são essenciais, e quais são as que devem ser financiadas pelo Estado de Cabo Verde e quais serão suportadas com a pareceria público/privada”.

Mas isso pressupõe, defende Sara Lopes, “mudanças de fundo no modelo de governação, no modelo económico e na gestão das empresas, mais setor privado e menos setor público, muito associado às soluções de financiamentos mais ambiciosos”.

Para todo esse processo é preciso que o Governo enfrente o desafio de gestão, assuma os princípios da corporate goverment (Governo corporativo) e eduque toda a sociedade cabo-verdiana, “sobretudo o sector económico”, para uma boa governação das empresas, com princípios de transparência, de prestação de contas e que favoreçam, depois, o mecanismo de financiamento, através da redução da assimetria de informação.

Outros desafios que Cabo Verde tem pela frente, disse a ex-ministra, estão ligados à política de transportes, e à definição das soluções em como financiar as opções que o país fizer. “É evidente que existe todo um trabalho feito e que facilita no processo decisório, mas há questões relativas ao financiamento, a questão de ser mais Estado ou o setor privado, será sempre uma opção do Governo”.

A qualificação do ensino, quer superior como do secundário, da formação profissional, do ensino das línguas estrangeiras em Cabo Verde, foi uma das preocupações que Sara Lopes partilhou com o Ministro.

Chamou ainda atenção para um outro setor desafiante, o das telecomunicações que, no seu entender, “já requer um olhar um pouco disruptivo se Cabo Verde quer ser, de facto, uma cyber island”.