Na abertura do Colóquio “150 anos do Seminário de São Nicolau – (1866/67-2016/17)”, que aconteceu na sala Multiusos da Presidência da República, o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, considerou que a criação do Seminário/Liceu São José, na ilha de São Nicolau, foi uma iniciativa “extraordinária”.
“E esse algo de extraordinário ilumina até hoje várias gerações de cabo-verdianos e várias gerações de pessoas que se vêm marcadas por esse facto indelével”.
O Bispo José Luís Feijó e o Doutor José Júlio Dias, foram as duas figuras que o MCIC destaca no ato da fundação do Seminário, pela luta que travaram para que aquilo que era um projeto na altura, se concretizasse.
Celebrar as memórias do futuro, foi um dos reptos deixados pelo Ministro da Cultura e das Indústrias criativas, Abraão Vicente “dado que o principal desafio de Cabo Verde hoje em dia é preservar, não só o seu património, mas construir, no seu património, novas memórias, novas fundações e novos projetos”.
A edificação do Seminário São José foi um contributo indelével na criação de mentes intelectuais de Cabo Verde. Por essa razão, Abraão Vicente acredita que a sua fundação representou o início também de um ensino superior em Cabo Verde. “Pelo rigor e pelas curricula que, no ano de 1886-1887, marcou não só uma geração de brilhantes cabo-verdianos, como também pensar de certa forma que o seminário fundou a Universidade de Cabo Verde. “Aproveito para elogiar o trabalho que a Universidade de Cabo Verde tem estado a fazer, não só na sua extensão, mas também na propagação desta filosofia e do conhecimento que é bem vivível e patente na participação recorrente dos alunos desta universidade em quase todos os eventos ligados à cultura em Cabo Verde”.
O papel da igreja foi ainda, conforme a tutela da cultura, determinante na formação da idiossincrasia, da alma, do espirito e do saber ser da alma do cabo-verdiano. “O Seminário São José foi acima de tudo um investimento da igreja abrindo espaço para um tempo de um certo iluminismo em Cabo Verde. A geração Claridade é com certeza uma consequência do Seminário São José e todo o manancial de mestres e professores que povoaram a primeira metade do século XX em Cabo Verde vieram também do legado do Seminário”.
O MCIC voltou a realçar a importância do investimento na recuperação do património construído. Patrimónios que carregam toda a história de Cabo Verde e que deve ser valorizado.
Este colóquio que reúne várias personalidades, entre eles o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, os presidentes das Câmaras Municipais de Ribeira Brava e Tarrafal de São Nicolau e padres da igreja católica.
Para o Presidente da Câmara Municipal do Tarrafal os “filhos de Chiquinho” estão orgulhosos pelo papel que o Seminário desenvolveu, enquanto o Presidente da Câmara Municipal de Ribeira Brava, apelou a todos os cabo-verdianos a lutarem pela preservação deste bem patrimonial que é de todos.