O Ministro da Economia e Emprego, José da Silva Gonçalves, disse hoje que o Governo acolheu de braços abertos o projecto “Brava 100% Renovável” – apresentado na Cidade da Praia -, uma iniciativa público-privada e que poderá ser realidade daqui a 08 meses no país.
O governante fez essas declarações na cerimónia da abertura de um seminário de apresentação do projecto da empresa Cape Verde Wind que aconteceu esta manhã, no Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI).
A Cape Verde Wind, empresa privada cujo proprietário é Júlio Rodrigues, um emigrante cabo-verdiano radicado nos Estados Unidos da América, apresentou recentemente ao Governo este projecto na área de energia que visa transformar a ilha da Brava em “100% Renovável”. Ou seja, toda a produção de eletricidade da ilha poderá passar no futuro, não muito longínquo, a ser feita através de tecnologia de energias renováveis, eólica e solar, tendo como tecnologia de armazenamento, o Hidrogénio.
O referido projecto tem também outros componentes importantes como a formação e capacitação de técnicos nacionais no CERMI, e apresentação do protótipo experimental de sistemas de contentores para formação, investigação e sua utilização em zonas remotas para produção de eletricidade. É encarado como oportunidade de negócio para o país, sobretudo pela possibilidade de exportação desta tecnologia para o nosso continente, no quadro do programa Power África promovido pelos USA, onde Cabo Verde poderá atrair investimento americano e estabelecer-se como plataforma de produção e exportação de produtos e serviços ligados às energias renováveis.
Em declarações à imprensa, o ministro José da Silva Gonçalves fez questão de realçar que o sucesso desta tecnologia de ponta em Cabo Verde seria “um passo gigante e modelo a aplicar não só em outras localidades do arquipélago, mas também do mundo, principalmente nas zonas remotas com condições semelhantes e de difícil acesso ao abastecimento de energia de forma sustentável”.
Esta é também uma excelente oportunidade de negócio para o país, porque facilitaria a criação de serviços ligados às energias renováveis numa área geradora de empregos e exportação para o mercado da CEDEAO, onde existem actualmente cerca de 300 milhões de consumidores.