O Plano de Emergência do Ordenamento de Chã das Caldeiras foi apresentando esta terça-feira, 25, à população de Chã das Caldeiras, numa cerimónia presidida pelo Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, durante a qual este considerou ser importante a colaboração das gentes de Chã, no desenvolvimento sustentado da localidade.
Este é o momento de todas as decisões para Chã das Caldeiras, em que a população deve participar ativamente, “decidindo se quer manter os mesmos problemas ou se opta por ir à luta e vencer, acreditando e valorizando as potencialidades locais”, desafiou Ulisses Correia e Silva, para quem Chã das Caldeiras tem todas as condições para triplicar o seu rendimento anual.
“Em Chã das Caldeiras, além das suas gentes, reconhecidas por serem empreendedoras e resilientes, que já reconstruíram sobre várias erupções, tem a sua grande riqueza que é o Vulcão e a terra que dá tudo”, apontou o Chefe do Governo, acrescentando, contudo, que isso não basta na atual conjuntura.
É necessário dar o salto, passar dos cerca de 200 a 300 mil contos por ano, que Chã das Caldeiras gera, para mais de 600 mil. “Isso só na produção agroalimentar e na área da vinicultura, porque se somar ao turismo, pode-se chegar a mais de um milhão”, especifica o primeiro-ministro, considerando ser essa ambição que se deve ter no momento.
Para o Chefe do Executivo é necessário garantir condições de organização, de ordenamento, planeamento e de um bom equilíbrio entre a população local e a valorização do espaço, propiciando a criação de riquezas para as gerações atuais e vindouras.
É o que propõe o Plano de Emergência do Ordenamento de Chã das Caldeiras, que define regras de ocupação, regras de construção, a carga populacional, que deve ser apenas de mil pessoas, definindo zonas para construir mais 50 habitações, de acordo com o ambiente envolvente e com garantia de segurança.
Tudo está planeado, e com qualidade, para que, em caso de novas erupções vulcânicas, haja a possibilidade de evacuação sem constrangimentos e sem deixar o ambiente descaraterizado como ficou depois da última erupção vulcânica. Também, acrescentou Ulisses Correia e Silva, o Governo vai adaptar as construções que já existem, adequando-as ao modelo que se pretende implementar em Chã das Caldeiras.
O que se pretende agora é um pacto social entre o Estado e as gentes de Chã das Caldeiras, “que são as primeiras interessadas em defender os interesses da comunidade”, disse, ressaltando que o Estado terá o papel de garantir segurança e condições de boa convivência no local. Assim, todos saem a ganhar, “ganhamos em condições e qualidade para a zona”, sustentou.
O Primeiro-Ministro assegurou ainda que o Governo vai investir cerca de 400 mil contos numa nova Adega à dimensão “daquilo que talvez nunca se tenha sonhado para a zona, demonstrativa realmente do sonhar alto”.
“Ainda, através do Plano de Emergência de Ordenamento de Chã, vai haver, de forma organizada, escolas, jardins infantis, posto policial, delegação municipal e outras infraestruturas”, acrescentou Ulisses Correia e Silva, lembrando que o tempo que o Governo demorou para dar respostas foi o tempo necessário.
Portanto, conforme o Primeiro-ministro, o Governo está fortemente empenhado em dar respostas estruturantes à situação de Chã, para passar de situação de emergência para de desenvolvimento. Por isso, “ou agarramos agora ou perdemos a oportunidade”, alertou, lembrando que os parceiros atuais não estarão disponíveis para sempre em colaborar com o país.
Importar ressaltar que a Proposta do Plano de Emergência do Ordenamento de Chã das Caldeiras foi elaborada por uma equipa multidisciplinar envolvendo técnicos do MIOTH, do INGT – Instituto Nacional de Gestão do Território, da DGA – Direção Geral do Ambiente e do Serviço Nacional de Proteção Civil, em estreita colaboração com uma equipa técnica das ilhas Canárias.
O Plano de Emergência do Ordenamento de Chã das Caldeiras ficará disponível até 15 de maio para recolha de subsídios em Chã das Caldeiras, nos Paços de Concelho da Câmara Municipal de Santa Catarina do Fogo e nas instalações do Ministério das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação, na cidade da Praia.