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Cabo Verde e CEDEAO acertam representações diplomáticas

Está no programa do Governo nomear uma representação diplomática junto da CEDEAO, com sede em Abuja, Nigéria, e ao mesmo tempo, criar condições para que haja uma representação da CEDEAO também em Cabo Verde. 

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Esta medida está a ser trabalhada pelo Governo e foi um dos principais pedidos do Presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel Alain de Souza, feitos ao Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, hoje, durante o encontro entre as duas entidades.   

Um encontro onde as relações entre Cabo Verde e a CEDEAO foram passadas em revista, com destaque para a diplomacia, transportes aéreos, as TIC e as Energias Renováveis.

“Com o Primeiro-ministro analisámos a relação Cabo Verde-CEDEAO. Primeiro, queremos melhorar esta relação, porque vimos que o vosso país está mais virado para a Europa esquecendo, um pouco, os nossos irmãos africanos. Já existe um reconhecimento neste sentido, tanto do Primeiro-ministro como dos outros governantes, para uma abordagem mais pragmática em relação à Comunidade. Em segundo lugar, solicitámos ao Primeiro-Ministro, a possibilidade de nomear um embaixador de Cabo Verde em Abuja. Seria uma forma de participar nas reuniões da nossa Organização, tendo em conta que o vosso país é o único que não está representado a este nível, em Abuja”, constata o Presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel Alain de Souza, indicando que está também concertada a nomeação em Cabo Verde, de um representante permanente da CEDEAO.

Cabo Verde assume este acordo, criando as condições para o cabal funcionamento e alojamento da representação diplomática. De acordo com o Primeiro-ministro, nomear um embaixador junto da CEDEAO, com permanência em Abuja, está no programa do Governo, visando maior aproximação com a sede das decisões no seio da CEDEAO, da qual o país faz parte, como estão, também, a ser criadas as condições para que haja uma representação da CEDEAO em Cabo Verde.

“Está a ser trabalhado, para que possamos defender as nossas especificidades, enquanto único arquipélago da comunidade e, em segundo lugar, para aproveitar melhor as oportunidades que esta comunidade apresenta para o país”, nota Ulisses Correia e Silva.

Durante a audiência, o Presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel Alain de Souza, abordou ainda a questão relacionada com os protocolos de acordo. “São textos que são aprovados pelo parlamento e promulgados pelo Chefe de Estado. Atualmente há muitos textos por ratificar e encontramos uma solução, juntamente com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, no sentido de encontrar um quadro de alto nível que domine a área jurídica e domine as três línguas da comunidade, para que a tradução possa cumprir com as normas, garantindo uma maior celeridade na ratificação dos instrumentos no parlamento”, explicou Marcel Alain de Souza, realçando,  igualmente, que teve a oportunidade de acordar com o Primeiro-ministro, a melhor forma de pagar as cotas que Cabo Verde deve à comunidade.

“Falamos de outra questão muito importante, tem a ver com a taxa comunitária, que desde 2003 Cabo Verde não pagou. Aqui, acordamos em pagar as contribuições atuais, e, pagar o montante em dívida, que não é culpa deste governo”, esclarece o representante da CEDEAO.

As infraestruturas, para aproximar o continente de Cabo Verde, os transportes aéreos, as TIC, o recrutamento de quadros cabo-verdianos para a CEDEAO são alguns dos outros assuntos que foram tratados com o Primeiro-ministro, conforme revelou Marcel Alain de Souza, para quem o grande objetivo é aprofundar as relações com Cabo Verde, e trabalhar para aumentar os laços de irmandade com África.