O dia Internacional dos Museus, celebrado em 18 de Maio, tem como tema este ano “Os Museus e os espaços culturais”. Este tema é uma oportunidade para repensar a missão do Museu e um desafio para reforçar o seu papel social e cultural em Cabo Verde.
À visão dos museus essencialmente voltados para a conservação, para a exposição e para a comunicação das suas próprias coleções, se substitui por uma outra, mais respeitador da natureza. Hoje o museu deve realizar pesquisas e produzir, adquirir, elaborar e difundir conhecimentos sobre o território que o rodeia e estimular a consciência das comunidades que lá vivem para uma perceção diferente da sua paisagem. Assumindo funções que não se limitam as suas coleções, os museus são incentivados a alargar, valorizar e aumentar as suas coleções e o seu capital de conhecimentos e de competência.
Os museus devem trazer uma contribuição significativa para a administração do território, respeitadora dos valores da paisagem, através da divulgação dos conhecimentos sobre as riquezas culturais e naturais; através de atividades de proteção, de conservação, de interpretação do património cultural realizadas dentro e fora dos museusOs museus devem trazer o seu contributo através de uma participação ativa nas políticas públicas urbanas e rurais, e de definição e implementação de políticas paisagísticas. Neste quadro, Cabo Verde é dotado de um espaço cultural, Cidade Velha, já inscrito a Património Mundial e de vários outros sítios urbanos e rurais, alguns já elevados à categoria de Património Nacional que podem ser repensados para melhor dinamizar o turismo cultural.
No quadro do Programa do Governo da IX Legislatura, o atual Governo pretende dar mais autonomias aos Municípios, e o Ministério da Cultura tem como objetivo reforçar e capacitar os Municípios para que preservem melhor os seus Patrimónios, sejam eles materiais, imateriais ou natural. O tema convidativo proposto pela organização internacional ICOM é uma boa oportunidade para repensarmos as formas de preservação e de divulgação da memória coletiva num país arquipelágico e diaspórico: quais museus, para quais públicos? Como o museu pode participar no desenvolvimento local? Quais museus para quais diásporas cabo-verdianas?
O Ministério da Cultura, conjuntamente com as instituições nacionais e internacionais competentes, irá assumir as funções de orientações e de direção nos projetos municipais ligados à salvaguarda da memória coletiva. Neste particular, atribuir de forma clara o papel de divulgadores das riquezas dos municípios aos museus para uma proteção ativa do património cultural, permite a proteção, a valorização e a gestão de bens culturais. Este quadro religando sistemas integrados (arquivos, bibliotecas, instituições culturais) permite garantir a participação ativa dos cidadãos na gestão do património, que será viável somente se há uma boa articulação estratégica entre os organismos públicos, privados, não-governamentais, da sociedade civil e as autoridades municipais.
De mesmo forma o Ministério da Cultura pretende, no quadro da Cooperação Bilateral estimular a criação no Estrangeiro de espaços dinâmicos de memória e de celebração dos valores e sociais para que a diáspora permanece sempre conectada com a terra mãe. Na diáspora, pode se encontrar espólios excecionais que podem enriquecer os museus locais ou servir de reservas para os museus aqui em Cabo Verde. Esses espaços museológicos no Exterior podem servir também de alavanque para o turismo cultural, a diplomacia cultural e a diplomacia económica.
Este dia Internacional dos Museus, é a ocasião para termos um olhar novo sobre o meio ambiente que nos rodeiam e os seus componentes culturais materiais, tais como os monumentos, as igrejas, os palácios, as casas antigas, as ruinas testemunhos do passado. Com as riquezas imateriais que os animam, são os valores que fazem a excecionalidade do cabo-verdiano que temos, carinhosamente de preservar.
Este dia é mais um bom pretexto par reforçamos os nossos laços à volta do nosso legado histórico e patrimonial, mais um bom motivo para celebrarmos a nossa cabo-verdianidade.
Um abraço fraternos a todos os cabo-verdianos e a todos os que por escolha escolheram Cabo Verde como pátria.
