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Governo apresenta cinco medidas de fundo para debelar a actual situação e procurar uma solução sustentável da TACV

O Ministro da Economia e Emprego, José Gonçalves, garantiu nesta terça-feira dia 03 de Maio, que ao herdar a situação actual, que caracteriza a TACV e os enormes desafios financeiros, técnicos comerciais com que a empresa se depara, este Governo tomou cinco medidas de fundo para debelar esta situação e procurar uma solução sustentável e duradoura.

 

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José Gonçalves fez esta revelação em conferência de imprensa durante a apresentação pública dos novos membros do Conselho de Administração dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), tendo afirmado que estas medidas respondem à presente conjuntura da TACV e têm por objetivo preparar a reestruturação da empresa em conformidade com as condições técnicas e dinâmica do mercado para posterior entrada de capital e gestão privados na companhia.

As cinco medidas

1. Empossar um forte Conselho de Administração, constituído por uma equipa de pessoas idóneas, competentes e com experiência comprovada na TACV. Os três executivos ora empossados dão toda a garantia e confiança de reunir a melhor equipa para liderar a empresa na travessia das turbulências económicas e financeiras por que tem passado e continua a passar a TACV.

2. Efetuar com máxima urgência uma auditoria técnica e financeira para apurar a verdadeira situação económica e financeira da empresa, já que os dados e a situação apresentados não inspiram confiança e fiabilidade nos números e nos cenários apresentados;

3. Constituir um Conselho Consultivo de alto gabarito com pessoas idóneas e experientes nas várias áreas de relevância para os transportes aéreos para aconselhar o Governo na tomada de decisões estratégicas sobre a TACV.

4. Proceder à atualização dos estudos, avaliação e planos de ação com cenários realistas, perspetivando opções otimizadas de reestruturação e eventual privatização da empresa; e

5. Procurar soluções inovadoras de privatização da TACV, visando opções pragmáticas que garantam a sustentabilidade e a otimização de transportes aéreos em Cabo Verde para o bem do País, da Nação e dos passageiros que preferem viajar por via aérea dentro, para fora e para dentro de Cabo Verde.

Redução sustentada de custos são necessários

José Gonçalves estima que a implementação dessas medidas vai exigir sacrifícios, mas em abono da verdade, disse ainda, “os cidadãos cabo-verdianos, no país e na diáspora, vêm se sacrificando por causa de fortes constrangimentos nas ligações inter-ilhas e com o exterior, levando a autêntico isolamento de algumas ilhas”.

Indicando que a TACV tem uma avultada dívida que de 2012 a esta parte soma quase 12 milhões de contos, o novo PCA da TACV diz que reajustamentos e redução sustentada de custos são necessários para salvar TACV, tanto que o Governo e os órgãos sociais, ora nomeados, chegaram a um claro entendimento no sentido de o Executivo proceder de imediato com o estudo global para rever e ajustar o quadro salarial de todas as entidades públicas e empresas do sector empresarial do Estado, incluindo a TACV.

Este reajuste, sublinha, vai estar assente no princípio de um salário base, de conformidade com a presente realidade de Cabo Verde, acrescido de um complemento salarial indexado aos resultados de performance previamente estabelecidos.

“Aproveitamos este momento crucial na vida da TACV para apelar ao entendimento dos cabo-verdianos, mas especialmente do pessoal da companhia, para colaborar com o Governo nas soluções que garantam uma organização sustentável, digna do bom nome de uma companhia que tanto nos orgulha”, apelou José Gonçalves.

José Gonçalves disse estar ciente de que, se todos colaborarem neste empreendimento, será possível alcançar o objetivo de uma TACV técnica, comercial e economicamente sustentável e a prestar melhor serviço aos passageiros e com maior garantia de emprego sustentável do seu efetivo.

“A TACV, não obstante o seu considerável capital humano, que tem pugnado para assegurar uma companhia com operação fiável e segura, uma raridade em África, custa, hoje, ao Estado de Cabo Verde, cerca de 100 mil contos por mês para continuar a voar, afirmou o governante, tendo sustentado que este elevado montante é dinheiro que o Estado não tem.

Na apresentação pública dos novos administradores, José Gonçalves lembrou que a conjuntura internacional da aviação civil tem sido muito difícil, e sublinhou mesmo que nunca dantes na sua história a TACV tinha passado por momentos tão difíceis como por exemplo a situação atual, provocados não só pela concorrência, mas sobretudo pela incapacidade do Governo e das sucessivas administrações da empresa.

Sublinhou que a TACV não é uma empresa qualquer, salientando que ela não só assegura a ligação de passageiros e cargas nas sete ilhas onde opera no arquipélago, como também liga Cabo Verde aos principais mercados internacionais.

Ao nomear os novos administradores da TACV, o Governo liderado por José Ulisses Correia e Silva, cumpre assim uma das promessas de campanha eleitoral, já que nomeara a TACV como uma das prioridades.