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Comunidade de Príncipe reconhecida com apoio do Governo de Cabo Verde

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, visitou nesta quarta-feira a ilha do Príncipe para estar com os cabo-verdianos e descendentes ali radicados e “despedir-se” desta Comunidade “tão “especial”, no momento em que prepara-se para terminar o seu último mandato. Pelas três roças por onde passou e durante um encontro com a Comunidade, estes aproveitaram para agradecer toda a atenção e apoio que o Estado de Cabo Verde lhes têm prestado e que lhes têm permitido melhorar as suas vidas.

Comunidade de Príncipe reconhecida com apoio do Governo de Cabo Verde 1Pelo encontro com a Comunidade nas Roças de Sundy, de Porto Real e de Nova Estrela o Primeiro-Ministro, José Maria Neves pôde conferir que há “mais esperança” nos olhos e nas vozes desses conterrâneos e descendentes que mantém fortes ligações culturais e emocionais com Cabo Verde.

Apesar das dificuldades ainda serem muitas, os antigos contratados reconhecem a grande melhoria para as suas vidas que foi o complemento de pensão que o Executivo cabo-verdiano lhes vem conferindo desde há alguns anos a esta parte, tendo, não só, mais do que duplicado o valor, dentro das possibilidades do nosso país, como se aumentou o número de beneficiados.

Em todo São Tomé e Príncipe cerca de 1205 desses idosos recebem o complemento de pensão, sendo que perto de 300 desses beneficiados residem no Príncipe. Isto é sintomático do grande carinho e atenção que os sucessivos Executivos liderados por José Maria Neves têm dado às Comunidades de São Tomé e Príncipe.  

Durante o encontro com a Comunidade no centro da cidade de Príncipe o presidente da Associação «Djunta Mon» dos cabo-verdianos e descendentes no Príncipe, Domingos Teixeira, foi a voz deste reconhecimento.

Este sublinha, não só os complementos de pensão, mas também o apoio do Executivo a vários projectos da Associação, inclusive com uma viatura. Esta viatura, diz, tem uma grande importância porque permite dar um forte apoio com as deslocações dos membros da Comunidade.

É também com essa viatura que transportam os seus mortos para o derradeiro destino, o que constituía um enorme problema antes de terem recebido este importante donativo. O trabalho da associação vai desde apoiar a Comunidade com projectos agrícolas e outros de rendimento familiar, como em relação ao apoio desses para o processo de nacionalização r documentação cabo-verdiana.

Aos mais jovens, são lhes conferidos todo o apoio e informação em relação e aos mais jovens em relação à candidatura às bolsas do Governo cabo-verdiano para o curso superior e formação profissional, seja em escolas cabo-verdianas, estrangeiras (Marrocos, Argélia, Portugal) ou em São Tomé.

Vários santomenses descendentes de cabo-verdianos, ou não, já se formaram ou estão em formação, graças a este programa, lembrando que cinco por cento das bolsas cabo-verdianas são destinadas à Diáspora, e aqueles que voltaram têm podido fazer aa diferença em suas Comunidades e no país em geral (Leia texto: Associação de Estudantes Santomenses em CV homenageia PM, abrindo-lhes novos horizontes e novas oportunidades, como realçou Teixeira.
 
Frisa-se, também, o programa de envios de professores cabo-verdianos para Príncipe que há poucos anos, praticamente, não tinha escolas. A comunidade está hoje mais unida e “conquistou o seu espaço. Tudo isso é graças a este Governo”, sublinha.
 
A medida de isenção quaisquer pagamentos para a atribuição da nacionalidade ou a obtenção ou renovação de documentos é outra medida de grande alcance.
Os cabo-verdianos e descendentes representam hoje mais da metade da população total de Príncipe que é cerca de 8 mil habitantes. A língua cabo-verdiano é capaz de ser a língua mais falada na ilha e a cultura das nossas Ilhas mostra-se com pujança através dos muitos grupos de batuque que ali existem.
 
As bolsas de estudo são uma bênção para estes jovens que “podem agora sonhar” como diz Gisilene Freire, 36 anos, educadora de infância formada no IEFP de Assomada, Santa Catarina, Cabo Verde. Num depoimento ao jornalista Valdemar Pires, da RTC, ela conta a sua história e que vale a pena ouvir para perceber o alcance deste programa do Governo de Cabo Verde. Ouça aqui na RádioPM:  https://soundcloud.com/rpm-99086094/gisilene-freire-bolsa-do-governo-de-cabo-verde-devolveu-me-a-esperanca
 
Há ainda o programa «Mata Sodadi» que tem permitido a muitos desses “contratados e descendentes o sonho de (re) conhecer Cabo Verde).
 
Em entrevista à Rádio Nacional, em direto, José Maria Neves sublinhou o seu carinho por esta Comunidade cujo “sofrimento, suor e lágrimas”, estão na génese da construção da luta pela Independência de Cabo Verde para que não mais se repetisse a saga dos contratados e “pudéssemos viver com mais dignidade”. Daí ter escolhido incluir São Tomé e Príncipe na sua última visita oficial enquanto Chefe de Governo, para despedir-se “deixando um abraço a todas e a todos pela amizade, pelo carinho com que sempre me receberam aqui em São Tomé e Príncipe: Ouça a entrevista, aqui, na RádioPM, conduzida pelo jornalista Valdemar Pires: https://soundcloud.com/rpm-99086094/pm-sublinha-carinho-especial-por-comunidade-de-sao-tome-e-principe