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O governo tem em agenda importantes reformas no sector marinho, disse Antero Veiga

O governo tem em agenda importantes reformas no sector marinho que culminarão com a criação de um Centro Oceanográfico na cidade do Mindelo, além de outras estruturas já existentes e em funcionamento, no quadro do desenvolvimento de um híper-Cluster do Mar, anunciou Antero Veiga.

antero 8 forum1O ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território fez estas declarações na cerimónia de encerramento do VIII Fórum Regional Marinho e Costeiro da África Ocidental, que decorreu durante três dias na Cidade da Praia.

Na sua opinião, o país tem importantes desafios inerentes à gestão costeira e marinha no que respeita à extracção de inertes nas praias e uma “forte pressão” da população nas principais cidades do país que fazem fronteira com o mar, como é o caso da Praia, Mindelo, ilhas do Sal e da Boa Vista.

Esse fenómeno, prossegue, pode ser observado em muitas outras Cidades e Vilas do país.

Segundo o ministro, a erosão das zonas costeiras cabo-verdianas é cada vez mais evidente e acelerado pelo avanço das ondas.

 “O afastamento dos recursos pesqueiros das zonas costeiras, implicando um maior esforço de pesca, figura entre os principais desafios que afectam a nossa zona costeira e marinha”, sublinhou Antero Veiga, acrescentando que há relatos de operadores no sector das pescas a dar conta da “redução considerável” da população de algumas espécies alvo desta actividade, colocando em risco um dos principais motores da economia e do desenvolvimento nacional.

No dizer do ministro do Ambiente, Cabo Verde é um arquipélago muito frágil do ponto de vista ecológico e sob forte influência das condições climáticas do deserto do Sahara, além de estar entre os Estados Insulares mais susceptíveis aos efeitos das mudanças climáticas, principalmente a subida do nível médio da água do mar, o que constitui uma séria ameaça às zonas costeiras e marinhas.

“As mudanças climáticas sempre estiveram presentes na vida do povo destas ilhas”, salientou o governante, para depois lembrar que as últimas chuvas caídas este ano revelam a incidência dos efeitos das alterações do clima no arquipélago.

O facto de o arquipélago ter uma forte ligação com o mar o ministro considera que se reveste de “extrema importância” a sua integração e participação numa plataforma de diálogo regional para que possa cuidar melhor da sua zona marinha e costeira.

“Para uma gestão integrada das nossas zonas costeiras e marinhas, o conhecimento e a investigação desempenham um papel chave, pois, não se pode proteger aquilo que não se conhece”, enfatizou o governante.

O Fórum produziu várias recomendações e uma delas vai no sentido de um “turismo responsável” na região da África Ocidental, isto tendo em conta a vulnerabilidade da região face aos impactos das alterações climáticas.

Os participantes recomendaram, ainda, aos estados membros a adopção de estratégias de adaptação destinadas a antecipar e a atenuar esses impactos, através da implementação de modelos-piloto inovadores e resilientes de implantação turística, adaptados às especificidades do litoral oeste africano, bem como às vulnerabilidades das sociedades que as povoam.

No VIII Fórum Regional Marinho e Costeiro da PRCM, que decorreu na Praia durante três dias, em que participaram mais de 250 pessoas de países de África de Ocidental, Estados Unidos da América, da Europa e da África do Leste e Central, foram abordadas questões relacionadas com a exploração dos recursos marinhos, o ecossistema, a biodiversidade e outros assuntos de interesse comum.