Líderes e atores das instituições nacionais e internacionais, intergovernamentais e científicas, organizações não-governamentais, sector privado e parceiros financeiros, oriundos dos sete países da zona costeira e marinha da África Ocidental e do mundo – Cabo Verde, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné e Serra Leoa – reúnem-se de 02 a 05 de novembro na Praia, no 8º Fórum Regional Marinho e Costeiro. O evento, cujo tema é “Atores litoral: “Mobilizemo-nos face aos desafios das Mudanças Climáticas”, foi presidido nesta segunda-feira, 02 de novembro, pelo Presidente da Assembleia Nacional, Basílio Mosso Ramos.
Cabo Verde tem particular sensibilidade no que toca ao tratamento de questões ambientais, disse na sua intervenção, o Presidente da Assembleia Nacional, Basílio Mosso Ramos, na abertura do 8º Fórum Regional Marinho e Costeiro e sublinha: “É um sobrevivente na dura luta contra as adversidades do clima”, pois durante a sua estada senhores participantes ao Fórum, “tereis a oportunidade de observar in loco, o que tem sido essa batalha que temos travado ao longo da nossa história”
Sendo um Pequeno Estado Insular, o impacto das mudanças climáticas é ainda mais agravado, disse Basílio Mosso Ramos, referindo-se que, o facto de Cabo Verde ter uma reduzida dimensão, o isolamento e a fragilidade dos seus ecossistemas, propiciam condições de vulnerabilidades especiais, daí o interesse de Cabo Verde “em que as questões relacionadas com a insularidade sejam debatidas neste Fórum. Aliás, Cabo Verde entende que a problemática da vulnerabilidade dos pequenos estados insulares deve constituir uma preocupação central da Comunidade Internacional”.
Sublinhando que Cabo Verde não tem poupado esforços no sentido de contrariar a natureza e reabilitar o meio ambiente, um dos objetivos prioritários, desde há 40 anos da conquista da Independência Nacional isto é a criação de programas e projetos estruturantes até a aprovação e implementação de planos de gestão e conservação de áreas protegidas e de espécies, Basílio Mosso Ramos fez questão de frisar: “ muito se tem feito para aumentar a resiliência face aos efeitos das alterações climáticas. Temos consciência de que, à semelhança do que acontece em terra, há que também melhorar a gestão dos recursos marinhos e criar mais áreas protegidas. Pode-se afirmar que, lançado o desafio de sobrevivência, fizemos um caminho e o balanço é globalmente positivo”.
De acordo com Basílio Mosso Ramos, Cabo Verde tem sido consequente nas suas ações ao ser dos primeiros países a assinar a Convenção de Luta Contra a Desertificação, a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, bem como a ratificação do Protocolo de Quioto.
O presidente do Parlamento cabo-verdiano salientou ainda que os resultados da degradação ambiental, em termos ecológicos, sociais, económicos, decorrente da ação humana, são conhecidos de todos e por isso, é consensual que só com “uma mudança radical e atempada do atual estado de coisas é que será garantido o futuro dos nossos Estados”, pois como disse, o tempo está a esgotar-se e é preciso reagir de forma enérgica para reverter a ameaça de sobrevivência.
O 8º Fórum
A 8ª edição do Fórum Regional Marinho e Costeiro do PRCM reflete a necessidade urgente de envolver todos os intervenientes para, juntos, enfrentarem as mudanças climáticas e o seu impacto global, num encontro de diálogo e mobilização, tendo em conta o contexto global e os desafios para a África e conjugar esforços no sentido de todos partilharem uma visão comum de trabalhar “Juntos para a costa Oeste Africano saudável e produtiva”.
Durante os quatro dias de conferências plenárias, os participantes irão debater os impactos das alterações climáticas nas zonas costeiras e marinhas, que afetam esta região banhada pelo oceano atlântico, as estratégias de conservação conjunta dos recursos da zona costeira e marinha da África Ocidental.
Um dois principais objetivos deste 8º Fórum é o de disseminar os resultados e os ensinamentos retirados da sub-região em matéria de conservação, analisar os relatórios, orientações estratégicas e todos os documentos que lhe são apresentados e dar orientações ao PRCM, reforçar as capacidades dos intervenientes do litoral oeste-africano, promover o diálogo, a troca de informações e o estabelecimento de redes e sensibilizar os intervenientes e os decisores sobre os principais constrangimentos ao desenvolvimento sustentável da zona costeira e marinha e os problemas emergentes.
O evento reuniu 250 pessoas oriundas dos sete países da zona costeira e marinha da África Ocidental (Senegal, Mauritânia, Guiné-Bissau, Guiné, Gâmbia, Sierra Leoa e Cabo
Verde) e do mundo.
Os participantes provêm de instituições nacionais e intergovernamentais, instituições de investigação, ONGs nacionais e internacionais, organizações socioprofissionais e do sector privado. Participam igualmente representantes dos meios de comunicação e dos parceiros financeiros.
O tema, “Atores litoral: “Mobilizemo-nos face aos desafios das Mudanças Climáticas”,está subdividido em 3 subtemas:
Que tipo de governação para a gestão integrada da zona costeira da África Ocidental face às alterações climáticas?
Como analisar, prevenir e responder aos riscos costeiros ligados às alterações climáticas com soluções de adaptação e de atenuação baseadas na natureza: «balanço e perspectivas na África Ocidental»?
Os mecanismos financeiros e mobilização social para enfrentar as alterações climáticas: desafios e oportunidades para os países do espaço PRCM.
De referir ainda que o Fórum Regional Marinho e Costeiro do PRCM reúnem, de 18 em 18 meses, as diferentes categorias de intervenientes da zona costeira e marinha oeste africana. Serve de assembleia geral do PRCM e constitui uma oportunidade única de diálogo, tanto entre os países da sub-região como entre os sectores de intervenção sobre a evolução do litoral.