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Programa «Mata Sodadi» é especial

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, recebeu esta quarta-feira, a visita especial dos 11 idosos beneficiários da edição do Programa «Mata Sodadi» 2015, um momento de descontracção e de convívio, como tem sido o apanágio destes encontros sempre emocionados e emocionantes, tendo estes idosos pedido para que este programa “especial” se mantenha por muitos e muitos anos para dar oportunidade a outros de vivenciarem a mesma felicidade de ver a terrinha e constatar que já “não somos os flagelados do vento leste” como sublinhou o Primeiro-Ministro.

neves mata sodadi1Uns a viverem em São Tomé e Príncipe, outros em Moçambique e outros na Costa do Marfim, todos esses 11 idosos têm algo em comum, há pelo menos 50 anos que não vinham a Cabo Verde. Todos eles, as famílias embarcaram na altura a fugir da fome dos anos 40.

E hoje, volvidos tantos anos, graças ao «Mata Sodadi» estes têm a oportunidade de (re) conhecer e (re) conectar com as suas raízes e (re) visitarem as achadas e ribeiras onde estão “enterrados” os seus umbigos.

É como um senhor de 90 anos, que deixou Juncalinho e São Nicolau ainda muito jovem e só agora, tem a oportunidade de voltar. Outros há que nem sequer aqui nasceram mas mantém uma ligação forte com o nosso país, caso do Sr. Aurélio Tavares, que nasceu no Senegal e viveu a maior parte da sua vida na Costa do Marfim e que de outra forma, diz, não teria a oportunidade de conhecer a terra dos pais e avós.

A Dona Ernestina Tavares Barreto nasceu em Achadinha, na cidade da Praia, há 73 anos atrás e foi para Moçambique aos 5 anos de idade em plena fome de 1948 e recorda as dificuldades desde que chegou com a mãe e os irmãos a 5 de Outubro naquele país irmão.

Mas o momento agora é de celebração e de festa por realizar o sonho de (re) conhecer Cabo Verde. Daí que apela, ela e os outros, para que o programa «Mata Sodadi» “nunca mais acabe”, para que outros possam gozar essa felicidade.

E se depender da Ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, este é um programa para continuar “independentemente do futuro” pelo seu impacto na vida dos beneficiários.

As emoções estampadas nos rostos desta gente humilde e sofredora, pela realização do sonho de pisar o seu torrão, por uma última vez que seja, fazem deste programa especial. “Uma senhora contava que quando aterrou na Praia fez questão de tirar o sapato e pisar os pés firmes no chão para melhor sentir o seu Cabo Verde”, recorda a Ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, sublinhando o impacto deste programa do Governo.

Para além de virem ao país e encontram-se com as autoridades do país, o programa procura reconectar essas pessoas com as famílias aqui nas Ilhas, sem contar com os contactos com outros idosos aqui e é sempre uma oportunidade para que possam fazer algumas consultas médicas, no âmbito do programa, sendo que alguns deles recebem um complemento de pensão do Governo de Cabo Verde.

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, refere ainda o programa «Cabo Verde no Coração» que, na linha do «Mata Sodadi» proporciona a jovens da Diáspora a oportunidade de conhecerem o seu país de origem e isso é mais um testemunho da importância que o Executivo dá à nossa Diáspora, sendo que “a nação global cabo-verdiana são as dez ilhas e todo os outros lugares onde residem cabo-verdianos lá fora”.