O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, presidiu esta manhã de sexta-feira, a cerimónia de abertura do primeiro fórum «Diálogos pela Cultura», tendo aproveitado para saudar a iniciativa do Governo, por intermédio do Ministério da Cultura, que considera de feliz e pertinente já que o “diálogo é o princípio e o fim de tudo”. Cabo Verde, realça Neves, “é e continuará a ser um país de diálogo e tolerância”.
Tanto na sua intervenção como na entrevista aos órgãos de comunicação social presentes, o Chefe do executivo salientou a importância do diálogo em todas as vertentes do desenvolvimento e da vida social, sendo que é através dele que se constroem os consensos e um uma cultura de paz e tolerância.
“O diálogo estriba-se essencialmente na tolerância e quando há intolerância, a não-aceitação do outro, a não-aceitação das diferenças há derivas para conflito, para as guerras e que acabam por emperrar o desenvolvimento de qualquer país”, seja no plano económico, social ou político.
Um dos grandes alicerces na construcção e desenvolvimento de Cabo Verde, mesmo antes da “hora zero da República”, tem sido o diálogo constante, sobretudo nos momentos cruciais da vida do país. “A grande riqueza de Cabo Verde é o facto de termos nascido de um intenso diálogo de culturas e civilizações e sermos um país de paz, de tolerância, e por isso com estabilidade suficiente para garantirmos o desenvolvimento de Cabo Verde”, salienta o Chefe do Executivo, recordando que somos a primeira nação crioula do mundo.
Mesmo a Independência de Cabo Verde, resultou, não só da luta armada travada na Guiné-Bissau e liderada por Amílcar Cabral, mas também das negociações entre o Governo português na altura liderado por Mário Soares e pela delegação cabo-verdiana do PAIGC (na altura) liderada por Pedro Pires, pelo que ganhamos um país, também com base no diálogo que, tem sido uma das grandes valias deste país.
E que melhor base para o diálogo de que a cultura, diria Mário Lúcio Sousa. Pelas palavras do Ministro da Cultura, “E o espaço privilegiado do diálogo é pela Cultura, seja à mesa de negociações, seja à mesa do jantar, seja na cama do necessitado, ou na maca do alvejado, seja no altar ou em qualquer outro patamar.
A cultura, acrescenta Sousa, “tem esse papel de promover o diálogo, a interação, o conhecimento mútuo, porque a cultura começou no diálogo, não sabíamos nós ainda o que vinha depois”, justificando a pertinência desses “Diálogos pela Cultura”, que apesar de uma iniciativa do Governo, não é, sublinha, “um diálogo com o Governo, mas sim um diálogo entre a sociedade promovido pelo Governo, através do seu ministério, destacando os vários intervenientes e grupos e associações sociais, inclusive as representações religiosas.
Nesta linha, salienta o Primeiro-Ministro, a perspectiva é de que esta iniciativa possa contribuir para continuar a promover este clima e esta cultura de diálogo, de paz e de tolerância no país, da busca de entendimentos e consensos, na linha do poeta Pedro Corsino de Azevedo, para que possamos “chegar à verdade e podermos tudo para realizarmos os nossos sonhos e nossas ambições enquanto país que quer desenvolver-se e afirmar-se no contexto das nações”.
Acrescentaria Mário Lúcio Sousa, “esta conferência espera pois ouvir, recolher a cultura em toda a sua expressão, complementar o nosso saber com o saber do outro e que nenhuma discórdia seja motivo de exclusão, nem que nenhuma diferença seja motivo de convulsão”.
O Fórum Diálogos pela Cultura acontece de hoje, 16 de Outubro, a 18 de Outubro com vários painéis de apresentações e debates sobre os vários aspectos da cultura como espaço de diálogo entre as pessoas e as civilizações, para além de lançamentos de livros e apresentações musicais, de dança e teatrais na cidade da praia e na Cidade Velha. Conheça a programação do certame aqui: http://www.cultura.cv/wp-content/uploads/2015/10/Convite-Programa.pdf.
Ouça o discurso, improvisado, de sua excelência, o Primeiro-Ministro, aqui: https://soundcloud.com/primeiro-ministro/pm-na-abertura-do-dialogos-pela-cultura
Aceda aqui, também, o discurso do Ministro da Cultura, na íntegra: https://drive.google.com/file/d/0B1CfWU7i00suZ1ZLZW9ncjVMU0E/view?usp=sharing
