O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, considerou a abertura do curso de medicina que ora inaugura oficialmente, o primeiro desta natureza no país, uma grande ousadia e mais uma pedra basilar neste projecto de desenvolvimento sustentável rumo a um país desenvolvido no horizonte de 2030, sublinhou o Chefe do Executivo.
“Acho que há uma grande aposta aqui, uma grande ousadia, aqui em Cabo Verde temos que ser ousados, temos que criar oportunidades, temos que ter um país com grande capacidade de criar e inovar”, explicou aos jornalistas.
E acrescenta que “este curso, através da parceria entre a Uni-CV e a Universidade de Coimbra, é uma grande aposta no futuro, no desenvolvimento sustentável de Cabo Verde”, sendo que permitirá desenvolver melhor a qualidade da medicina no país, com melhores diagnósticos e mapeamento do “perfil sanitário” do país, possibilitando desenvolver melhores políticas públicas e acções mais efectivas em relação à saúde.
Sem contar que, o curso de Medicina da Uni-CV, de Mestrado integrado (licenciatura e mestrado de uma só vez), e que iniciará com 25 alunos, permitirá formar futuros professores doutores formados em Cabo Verde para garantir a continuidade e sustentabilidade do curso e de uma futura Universidade de Medicina nacional, aproveitando a parceria e a chancela de qualidade da Universidade de Coimbra, mas também dos hospitais centrais do país que deverão ser transformados em hospitais universitários.
Tudo isso permitirá ao país constituir-se como um pólo de formação e de investigação científica importante na região ocidental africana, em particular em matérias como as doenças tropicais e as doenças específicas de Cabo Verde, etc., bem como desenvolver novas tecnologias e procedimentos no domínio da prestação de serviços de saúde. “Queremos que esta seja uma Escola de Medicina de referência para o mundo lusófono e para a costa ocidental africana”, aponta o Primeiro-Ministro.
Àqueles que possam desconfiar da sustentabilidade desta iniciativa, Neves admite frontalmente que “ainda não estão reunidas todas as condições ideais para a abertura deste curso, mas que o que o percurso do país tem sido o de desafiar e vencer as lógicas e improbabilidades e assim será com mais esta importante iniciativa. “É mais uma oportunidade para Cabo Verde crescer, para ter mais liberdades, mais dignidade e muito mais desenvolvimento sustentável”, frisa.
A grande meta é transformar Cabo verde num país desenvolvido no horizonte de 2030 e a saúde é terá, sempre, de ser uma área crucial. “Imaginem se tivéssemos ficado à espera das condições ideias para a Independência do país, se calhar não tínhamos chegado até aqui”, sublinha Neves, que acrescenta que o cabo-verdiano sempre sonhou alto e que é essa a força que tem movido todo um percurso notável de desenvolvimento e que nos orgulha como nação. É chegado a hora de acelerarmos este processo e o curso de medicina é, como costuma dizer José Maria Neves, mais uma peça deste “puzzle” de desenvolvimento do país.
Uma curiosidade é que o curso, cujas aulas iniciaram esta semana, vai contar, nesta turma inaugural, com alguns alunos estrangeiros, sendo pelo menos dois estudantes brasileiros.