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PM: A Melhor homenagem a Cabral será o reforço da cooperação entre Guiné e Cabo Verde

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves disse hoje em Bissau, que a melhor forma que Cabo Verde e Guiné-Bissau têm para homenagear Amílcar Cabral é reforçar os laços de cooperação para o desenvolvimento dos dois países, na linha do que estão a tentar fazer os dois actuais governos liderados por ele e pelo homólogo guineense, Domingos Simões Pereira. E esta visita oficial de Neves à Guiné-Bissau promete cumprir este propósito com perspectivas diversas e assinaturas de vários acordos nos mais diferentes domínios.

José Maria Neves iniciou uma jornada intensa de actividades e encontros da sua agenda oficial de visita com uma passagem pelo histórico quartel de Amura onde está localizado o mausoléu Amílcar Cabral (onde se encontram guardados os seus restos mortais), precisamente para deixar uma coroa de flores em homenagem ao grande líder da Luta de libertação dos dois países, num momento em que se comemoram os 40 anos da Independência Nacional de Cabo Verde e 42 anos da declaração da Independência da Guiné-Bissau.

Ainda no local, Neves, nas primeiras palavras dirigidas à imprensa em solo guineense, sublinhou a forte vontade dos dois Executivos em reforçar os laços de cooperação e amizade, sublinhando mesmo ser esta “a melhor forma de se homenagear Cabral”, lembrando a máxima do saudoso líder de que “a Independência só valeria a pena se os dois povos pudessem viver melhor do que antes da Independência”.

O acto de deposição de coroa de flores no mausoléu Amílcar Cabral é, igualmente, recorda o Primeiro-Ministro, uma forma de homenagear o povo da Guiné-Bissau “por tudo o fez” e pelos “sacrifícios que consentiu” para a Independência de Cabo Verde.

“Comemoramos agora os 40 anos da nossa independência e temos uma enorme dívida para com o povo da Guiné-Bissau pelo seu contributo, pelos sacrifícios consentidos”, sublinhou José Maria Neves que diz ser esta sua visita também para prestar tributo a “essa grandiosa luta” pela liberdade e independência dos dois países.

Já perspectivando esta visita de quatro dias à Guiné-Bissau e que ora se inicia, o Chefe do Executivo cabo-verdiano reafirmou as suas “elevadas expectativas” de que – com os vários acordos que serão assinados durante esta sua deslocação, para além das conversações entre os dois governos no sentido do reforço e alargar das áreas de cooperação intergovernamental e nas áreas económico-empresariais – esta sua visita servirá para, isso mesmo, o desejado reforço das relações.

Mesma perspectiva e vontade revelou o seu homólogo Domingos Simões Pereira, já após o encontro entre as delegações governamentais, e que também envolveram quatro representações de empresas cabo-verdianas, e que sucedeu o “tête-a-tête entre os dois governantes, ambos os encontros no Palácio do Governo na capital, Bissau.

Ambos prometem trabalhar para o incremento das relações, com José Maria Neves a realçar o compromisso do seu Governo em incrementar as ligações marítimas entre os dois países, assim como já se fez com o restabelecimento das ligações aéreas com a TACV, nos próximos tempos.

Esta será uma condição estratégica para a materialização das enormes expectativas no que toca ao desenvolvimento da cooperação em áreas como as pescas e a agricultura, no sentido de aproveitar as enormes potencialidades da Guiné-Bissau, sendo que Cabo Verde poderá constituir-se num importante mercado de exportação dos produtos guineenses, tendo em conta não só o crescimento do mercado interno mas, e sobretudo, o potencial de crescimento do mercado turístico nas Ilhas.

É nesse sentido que as partes estão a trabalhar uma cordo fitossanitário, para além de uma cordo na área aduaneira, entre outros que serão assinados durante esta visita de Neves, assim como estão a cooperar na implementação e consolidação de todo o sistema de avaliação e certificação dos produtos das pescas e da agro-pecuária.

É nesta linha que o nosso Primeiro-Ministro foi também, já no período da tarde, conhecer de perto os investimentos feitos no porto de pesca em Bissau, assim como no centro de controlo de navios e Vigília das águas territoriais guineenses, bem com o laboratório fitossanitário que conta com forte apoio de Cabo Verde, sobretudo a nível da formação de pessoal técnico, através da Inpharma, representado durante esta missão pelo empresário Luís Vasconcelos.