O Primeiro-Ministro, José Maria Neves comentou, esta tarde, mais uma vez, a colocação do mercado “provisório” à frente do Memorial Amílcar Cabral, apelando ao “bom senso” da edilidade praiense no caso, ainda mais numa altura em que se comemoram os 40 anos da Independência e em que este é um espaço central a estas celebrações. Ainda estamos a tempo de “não cometer esta indignidade”, referiu o Chefe do Governo.
José Maria Neves visitava as instalações da Casa do Cidadão quando instado a comentar esta situação, tendo mais uma vez reiterado a posição do Governo, e pessoal sua, de que não se deveria nunca ter permitido que aquele espaço nobre da cidade pudesse albergar um mercado, ainda que em carácter provisório.
Uma situação que não dignifica aquele espaço e mais, do que isso não dignifica o legado e a memória de Amílcar Cabral e os nossos heróis combatentes. Num ano em que se comemoram os 40 anos da Independência e em que estamos a poucas semanas do acto central das comemorações do 5 de Julho onde o memorial receberá um dos eventos mais importantes das comemorações com a colocação da de coroa de flores, ainda mais contando com importantes figuras internacionais e chefes de Estado e de Governo de vários países.
“Não podemos ter presidentes, primeiros-ministros estrangeiros a colocarem uma coroa de flor no Memorial Amílcar Cabral ao lado de um mercado”, sublinhou.
Neves avança ainda que, desde a primeira hora em que o Governo soube desta decisão discutível da Câmara Municipal da Praia em deslocar o mercado da praia para aquele espaço histórico, ainda que em carácter provisório, ele próprio enquanto Primeiro-ministro, deu orientações no sentido de “absolutamente tudo” se fazer para impedir que isso acontecesse.
O Primeiro-ministro avança, inclusive, que o Executivo chegou a entrar com um pedido de embargo à referida obra que, infelizmente, não aceitou os argumentos apresentados pelo Governo, daí que nada mais reste senão “denunciar essa indignidade que se está a cometer em relação ao Memorial Amílcar Cabral”.
Indignidade essa que salienta, “ainda estamos a tempo de “não cometer”, basta que haja bom senso da edilidade em encontrar uma outra solução ou espaço para acolher as vendedeiras do mercado do Platô. E acrescenta que “trata-se do herói nacional, do fundador da nossa nacionalidade e temos de valorizar o nosso património histórico, cultural, político, a nossa história e os nossos heróis”.
Contudo, é de se referir que várias são as vozes dos mais diversos quadrantes da sociedade civil que se têm manifestado publicamente contra a referida obra municipal no referido espaço, pelas mesmas razões de importância histórica, cultural e política que tem o memorial aquela zona do memorial Amílcar Cabral.