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PM: Expansão do mercado económico, mudança das mentalidades continuam a ser os desafios

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves falou dos ganhos mas, também, dos desafios que o país tem pela frente ainda nos vários domínios, sendo um deles a necessidade de internacionalização das empresas e expansão da economia como forma de driblar a pequenez do mercado nacional, assim como também a necessidade da mudança das mentalidades virada para a maior produtividade e eficiência. No plano social e em matéria da comunicação social, Neves aponta a necessidade de uma nova forma de debater com mais tolerância, respeito à opinião contrária e com mais profundidade

Cabo Verde precisa “desesperadamente”, segundo o Chefe do Governo, de “expandir” o mercado nacional, através da atracção de mais investimentos directos estrangeiros, assim como através da internacionalização das empresas nacionais, por forma a driblar apropria pequenez do mercado com a dimensão da que têm essas Ilhas. “A dimensão do mercado é o nosso grande desafio”, assume Neves.

Basta ver nos rankings de competitividade em que Cabo Verde tem-se destacado como um dos países mais reformadores para constatar que a dimensão reduzida do mercado nacional é um dos grandes “empecilhos” ao desenvolvimento e competitividade do país.

Aqui o turismo terá um papel preponderante como demonstra o actual crescimento do sector com uma média de 500 mil turistas ao ano, sendo o objectivo chegar o mais rapidamente possível à margem de um milhão de visitantes anualmente. Com isso viabiliza-se o agro-negócio, as pescas e outros sectores da economia, sendo que só nas pescas as perspectivas para os próximos 5 anos é da materialização de cerca de 20 mil postos de trabalho.

Outro aspecto tem a ver com a necessidade de mudança das mentalidades visando uma maior eficiência, eficácia, qualidade e “sofisticação”, sendo que “estamos num momento crucial, em que damos o salto ou regredimos”, sublinha, exaltando a questão do “tempo” como uma das grandes diferenças entre os países desenvolvidos e os menos desenvolvidos. Isso no sentido da eficácia e eficiência na execução das tarefas. Em suma, diz Neves, “temos que acelerar o passo, temos que andar mais depressa”.

O combate à pobreza é outro grande desafio, sendo certo que já se percorreu um longo caminho. Isto porque em dez anos conseguiu-se reduzir a pobreza em 10%, um grande feito que há que valorizar. Contudo, é certo também que pelo menos ¼ da população vive na pobreza no país pelo que há que “acelerar o passo para debelar a pobreza”.

Em termos da comunicação social, está claro também o vasto progresso alcançado com o crescimento do sector que se traduz não só no aumento dos órgãos de imprensa, televisões, jornais, rádios, jornais onlines, etc., mas também em termos de prestígio e reconhecimento do papel dos jornalistas e no que concerne à liberdade de imprensa.

Entretanto existem ainda desafios que tem a ver com a regulação do sector, acreditando José Maria Neves de que o novo órgão responsável recentemente acordado entre os partidos políticos ajudará a endereçar este desafio. Mas Neves aponta a necessidade de um debate mais aprofundado dos temas não só na comunicação social como no seio da sociedade civil.

Para o Chefe do Executivo os debates são ainda muito virados para o ataque pessoal, muitas vezes passando-se à margem do que realmente interessa debater. Como exemplo cita as redes sociais e os fóruns dos jornais online. Aqui Neves reflecte sobre a necessidade da responsabilização dos próprios jornais no sentido de um controlo mais efectivo desses fóruns em relação ao que é publicado, muitas vezes sob a capa do anonimato.

Neste debate, os jornalistas também colocam a necessidade de uma reflexão mais abrangente em relação À questão da liberdade de imprensa no que tem a ver com as condições de trabalho dos jornalistas que, segundo a Presidente da AJOC, Carla Lima, é um aspecto que penaliza o país no último ranking da Liberdade de Imprensa em que o país desceu 5 posições, ocupando agora o 31º posto. A pressão por parte da classe política e a confiança ou não nos jornalistas é outro aspecto debatido na conversa com o primeiro-Ministro, questionando alguns desses profissionais se os políticos não estarão acostumados a ver os jornalistas como uma “quase ameaça”.

Ouça as declarações do Primeiro-Ministro referente aos desafios económicos: https://soundcloud.com/primeiro-ministro/pm-sublinha-desafios-do-pais-relacionados-a-economia-e-ao-emprego

Ouça ainda as declarações sobre os desafios relacionados À forma como se processam os debates no país: https://soundcloud.com/primeiro-ministro/pm-frisa-necessidade-de-debate-mais-fundamentado-para-bem-do-pais