As empesas tendem a ver a Governança Corporativa como uma exigência regulatória, mas é uma opção estratégica que tem que ir para além da dimensão legal, defendeu esta semana o professor da Universidade Católica Portuguesa, Álvaro Nascimento, no âmbito da Conferência “Governança Corporativa” organizada pelo Governo de Cabo Verde, através do Ministério das Finanças, em parceria com a comunidade académica nacional.
Álvaro Nascimento que apresentou o painel “Corporate Governance visão Académica em Cabo Verde” defendeu que num contexto como a que vivemos atualmente, é muito difícil fugir ao tema governança corporativa e chamou a atenção pela grande responsabilidade dos gestores nos dias que correm. Pelo que definiu a pratica do bom governo como a capacidade de se conseguir ler as capacidades e os fatores de equilíbrio dentro da entidade gerida.
A empresa é muito importante em qualquer sociedade para o crescimento económico, e sobretudo para a criação de riqueza. Por isso, advogou que é fundamental que numa empresa exista uma gestão transparente, responsável e sobretudo, que envolva toda a comunidade. Quanto ao Estado, cabe, segundo a sua explanação, o papel de definir um quadro de valores e de referências, que permita que as empresas sejam competitivas.
Defendeu, porém, que o corporate governance não é igual entre os setores público e privado, tão pouco entre as Pequenas e Médias Empresas, ou das empresas familiares. Porém, sublinhou que qualquer empresa, quer pequena ou grande, pode ser economicamente eficiente. Pelo que concluiu que a governança corporativa se aplica a todos, sendo que os modelos de responsabilização é que são diferentes, por exemplo entre as empresas públicas ou privadas. Deixou, porém, um alerta – as empresas que estão fora da rede das boas práticas de gestão, saem a perder.
A Conferência decorreu durante a manhã desta terça-feira, 06 de fevereiro, no Salão de Banquetes do Palácio do Governo.