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Cabo Verde pode ser importante ponto de pesquisa em matéria de biocombustível

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves foi, neste fim-de-semana, a conhecer um projecto na investigação da Purgueira, planta com longa tradição em várias regiões do país, liderado por uma importante empresa belga, a QUINVITA, na localidade de Mosquito de Horta e que promete colocar Cabo Verde em posição de ser um contribuinte decisivo no desenvolvimento de biocombustível feito a partir dos frutos e sementes da purgueira.

A QUINVITA, que desenvolve trabalhos de investigação em dezenas de países, mantém desde 2007, um centro de investigação da Purgueira, na localidade de Mosquito de Horta, no interior da Ribeira Grande de Santiago, para o desenvolvimento de sementes e “raças” melhoradas de purgueira para serem transformadas em biocombustível.

A referida instituição vem trabalhando com mais de 300 variedades de purgueiras e várias partes do mundo e desde que se instalou em Cabo Verde vem promovendo investigações com a purgueira local, que permite afirmar que ela possui características únicas para o desenvolvimento de um biocombustível de melhor qualidade.

Segundo a responsável financeira e administrativa da filial cabo-verdiana da QUINVITA, Edna Sanches, a purgueira nacional propicia a extracção de óleo de uma qualidade superior, daí que desperte o interesse dessa organização.

“A variedade de Cabo Verde entrou definitivamente nos nossos estudos porque em termos de composição química é óptima para a produção de biocombustível”, salienta. E completa que o trabalho da instituição que representa passa, sobretudo pelo cruzamento de diferentes variedades de purgueiras e “sem dúvidas que a variedade cabo-verdiana, pela sua bio composição específica para a produção de biocombustível, é uma grande mais-valia”.

Porém, explica Edna Sanches, há contrariedades que impedem a produção de biocombustível nas Ilhas. Um dos factores tem a ver com a indisponibilidade de vastas extensões de terrenos que são necessárias para essas plantações em massa. Para se ter uma ideia só essas plantações destinadas à investigação ocupam cerca de 4 a 6 hectares de terreno.

A outra contrariedade é que, devido à escassez de água, as sementes não possuem um alto teor de óleo, não obstante a sua qualidade. Esse tipo de cultivo, diz, requer muita água. Assim, a contribuição de Cabo Verde seria na investigação e desenvolvimento de sementes com melhores qualidades.