O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, em alusão ao Dia Nacional da Cultura e das Comunidades, dirigiu uma mensagem à Nação, salientando a importância de uma introspecção sobre o significado” do dia para dela “exaurir a permanente reinvenção” da Nação cabo-verdiana.
O Primeiro-Ministro, começava assim, a sua mensagem em alusão ao Dia da Cultura e das Comunidades, comemorada pela primeira vez nesse figurino. Na sua mensagem Neves fala num maior “djuntamon” entre os cabo-verdianos das Ilhas e aqueles na Diáspora.
Na sequência Neves apelou às instituições e aos decisores políticos, no sentido de estabelecerem formas “mais eficazes” de articulação para que o país possa aproveitar de todo esse potencial que representa a nossa Diáspora, para que seja colocada ao serviço do desenvolvimento do país, desta nação global.
“Esta Nação quando unida e coesa em toda a sua dimensão, consegue ser selecção ganhadora como a dos Tubarões Azuis, que agora se posiciona para marcar diferença no Campeonato Africano de Futebol, como os nossos jovens de Basquetebol, o reconhecimento da nossa morna, o património mundial da UNESCO, as salinas em Pedra de Lume, o Vulcão do Fogo …”, aponta. Desta forma, acrescenta, é mais fácil, “mais evidente”, conseguirmos vencer os complexos desafios do desenvolvimento.
A opção por juntar essas duas comemorações, a Cultura e as Comunidades, explica, tem o propósito, de afirmar, oficialmente, a vocação universal do povo cabo-verdiano, enquanto um povo, ele mesmo resultante de um cruzamento de culturas e povos, sendo as nossas comunidades um pilar de encontro das culturas, que inclui para além da nossa diáspora, os estrangeiros que convivem com as nossas comunidades e a nossa cultura.
“Incluímos aqueles que sentem a cultura como referência, e Cabo Verde como sua marca, independentemente de dominar ou não as suas expressões. Cabo Verde é um produto de tradições diversas e vivas e de um conjunto de valores culturais tangíveis e intangíveis, que compõem juntas, no nosso imaginário e o nosso modo de viver, uma identidade cultural cabo-verdiana”, sustentou o chefe do Governo.
Eugénio Tavares, patrono do Dia Nacional da Cultura e das Comunidades, representava muito bem esse ideário, como cabo-verdiano, como emigrante, ele que, tendo nascido espanhol foi o mais cabo-verdiano dos cabo-verdianos, poderíamos acrescentar.
“Partilhamos a nossa cultura com aqueles que em Cabo Verde vivem (….) Com isso, libertamos a Cultura da condição de ligações e passaportes, cidadania ou nacionalidade documentadas e entregamo-la á condição de identidade em si, que é a força se ser e estar crioulo”, sublinha José Maria Neves.
Leia o Discurso na íntegra no www.governo.cv