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Governo apreensivo quanto à situação habitacional do grupo de cabo-verdianos residentes no Bairro de Santa Filomena em Portugal

cpia de algumas fotos do desfile cabo verde 35 anos independente 001O Governo, através do Ministério das Comunidades, do Ministério das Relações Exteriores, mais especificamente, da Embaixada de Cabo Verde em Portugal esclarece que vem acompanhando, desde o início, com muita atenção o processo de realojamento dos cabo-verdianos residentes no bairro de Santa Filomena, Concelho da Amadora, em Portugal.

Com o objectivo de clarificar a opinião pública quanto a alguma desinformação, que, recentemente, vem circulando na Imprensa, o Executivo relembra que o Processo tem contado com o envolvimento directo da Embaixadora de Cabo Verde em Portugal, liderada por Madalena Neves, coadjuvada por uma equipa de técnicos da Secção Consular e dos Serviços da Comunidade.

Trata-se de um processo delicado que envolve entidades estrangeiras e um conjunto de situações especiais, inerentes ao Programa Especial de Realojamento (PER). Todavia, através deste Programa, a Câmara Municipal da Amadora projecta erradicar as casas abarracadas existentes no Concelho de Amadora. Mas, a Embaixada de Cabo Verde em Lisboa tem procurado as vias do diálogo, participando em vários encontros, nomeadamente com as organizações civis do referido bairro, a Federação das Associações cabo-verdianas de Portugal, com a Câmara Municipal da Amadora e o Alto Comissariado para Imigração e o Diálogo intercultural (ACIDI);

Estes encontros têm tido como propósitos, “manifestar às entidades envolvidas o interesse do Governo de Cabo Verde face à situação dos cabo-verdianos afetados; dialogar com as entidades no sentido de, conjuntamente, se encontrar as melhores soluções para os casos identificados e classificados como problemáticos por  não estarem abrangidos pelo PER em execução, mas que pelo seu caráter social e humanitário carecem de enquadramento e solução adequados; manifestar às organizações do bairro e aos afetados, em particular, a solidariedade e o interesse do Governo de Cabo Verde na busca de soluções para o seu problema, em diálogo com as entidades envolvidas; recolher informações necessárias ao entendimento da situação, estando na posse de todos os dados concernentes aos casos em questão, fornecidos pelos diferentes intervenientes, nomeadamente Câmara Municipal, ACIDI e moradores”, lê-se no comunicado de imprensa.

O Governo mostra-se ciente da delicadeza que envolve todo o processo e congratula-se com a franqueza, mas também espírito de diálogo que tem encontrado no relacionamento com a Câmara Municipal de Amadora e demais parceiros, do mesmo passo que apela a alguma justeza na circulação de certas notícias que, porventura assentes no desconhecimento ou por interesses outros, tendem a confundir a opinião pública sobre um processo ao qual o Governo deseja assegurar, e tem assegurado na parte que lhe compete, a necessária coerência e responsabilidade.

O Governo de Cabo Verde esclarece ainda que, em nenhum momento, deve ser apelado à responsabilidade de substituir as autoridades portuguesas no tratamento desta matéria.

O Executivo assume também, que continuará a acompanhar de perto o desenrolar do processo, mantendo o objectivo que desde o início norteou a sua actuação, ou seja, o do diálogo, negociação e contribuição para que sejam encontradas soluções para os constrangimentos identificados.