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Governo intensifica acções para estimular trocas comerciais entre Bissau e Praia

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, anunciou na segunda-feira, 28 de Novembro de 2011, uma série de acções para estimular parcerias entre empresas cabo-verdianas e guineenses nos mais diversos domínios, com destaque para a pesca e a agricultura e  o sector fitossanitário. Numa reunião que manteve com empresários dos dois países, Neves anunciou a decisão do Executivo que lidera para enviar três embarcações  para apoiar o sector pesqueiro guineense. Com esta inciativa pretende também o abastecimento do mercado cabo-verdiano e a exportação, também, para a Europa e Estados Unidos, a partir de Cabo Verde.

Cabo Verde enviará, proximamente três embarcações adaptadas às pescas , no quadro de um acordo de pescas já existente entre os dois países, provenientes da empresa Atlantic Tuna para auxiliar os empresários e pescadores guineenses. Durante o encontro com José Maria Neves,  uma empresária do ramo diz que Cabo Verde e guiné-Bissau deveriam juntar esforços para aproveitar as potencialidades deste país irmão que, entretanto, carece de barcos para a captura.

Desafio prontamente aceite pelo Primeiro-Ministro de Cabo Verde, como já se referiu e muito aplaudido pelos empresários guineenses e cabo-verdianos presentes no encontro. As capturas efectuadas por essas embarcações provenientes da Atlantic Tuna terão como objectivo o abastecimento do mercado cabo-verdiano e a exportação, também, para a Europa e Estados Unidos a partir de Cabo Verde (recorda-se que Cabo Verde está abrangido no programa norte-americano da AGOUA para exportação de África para os Estados Unidos e, portanto, tem acesso áquele importante mercado).

Apoio, também, garantido, segundo Neves, no sector fitossanitário para que os produtos guineenses possam ser inspeccionados e certificados a fim de poderem ser exportados. Através dos laboratórios da Inpharma (do qual o Governo é accionista com 40%), esse acordo que deverá ser assinado nos próximos dias. Aliás, Cabo Verde e Guiné-Bissau já possuem um acordo ao nível fitossanitário e que “apenas carece de actualização”, conforme notou o Chefe do Governo Guineense, Carlos Gomes Júnior. A falta de um laboratório para a inspecção de produtos é uma das grandes carencias da Guiné-Bissau e que tem impedido exportar produtos para Cabo Verde e afora.

Cabo Verde e Guiné-Bissau mantém um ambiente  “que favorece” os negócios entre si e há uma grande vontade de incrementar as trocas comerciais, faltando remover “alguns obstáculos”, refere Neves, sendo a falta de transportes regulares entre esses dois destinos um dos mais importantes obstáculos. Daí que o Governo esteja a pensar em aumentar as viagens comerciais para Bissau com os Boeings dos TACV e adicionar novos destinos ao  circuito Praia Dakar Bissau, nomeadamente a Europa (ver texto: Cabo Verde e Guiné-Bissau Intitucionalizam Cimeira  intergovernamental para elevar nível de cooperação). Um novo acordo será assinado neste âmbito nos próximos dias.

A viabilização de uma ligação marítima regular entre Praia e Bissau é outro objectivo “e estamos a trabalhar” para viabilizar este objectivo. Os obstáculos de ordem tributária, designadamente a dupla tributação, terão, também, de ser removidos, sublinha José Maria Neves, para que as empresas cabo-verdianas e guineenses “possam estabelecer parcerias e fazer negócios sem quaisquer problemas”.

 A Agricultura é outro sector chave desta parceria, tendo em conta as enormes potencialidades da Guiné-Bissau e as obvias carências de Cabo Verde. Já em Janeiro virá a Bissau uma delegação do Ministério do Desenvolvimento Rural e do Ministério das Infra-estruturas e Economia Marítima para analizar a questão dos navios de pesca e uma cooperação ao nível da produção de aguardente e outros projectos agrícolas com o envio de técnicos cabo-verdianos aqui para a Guiné-Bissau.

Um apelo aos empresários guineenses e cabo-verdianos, é que sejam inovadores, criativos e ousados, buscando novas soluções, sempre com uma visão pragmática para aproveitarmos das nossas potencialidades enquanto países. O Governo vai fazer a sua parte para ajudar na realização dessas parcerias. “Nós queremos ver as coisas a acontecer”, diz José Maria  neves. Daí que esta visita à Guiné-Bissau tenha como objectivo identificar e remover os obstáculos que possam haver às trocas comerciais entre os dois países. Daí, também, a decisão de institucionalizar uma Cimeira Bienal entre os dois Governos e que deverá iniciar já em 2012. A data da primeira Cimeira deverá ser publicadajá no comunicado final desta visita a Bissau.