Os primeiros-ministros de Cabo Verde e Guiné-Bissau resolveram, num encontro realizado ontem, 28 de Novembro, institucionalizar uma Cimeira entre os Governos dos dois países, de dois em dois anos, para elevar o patamar das relações a um nível mais elevado. Outra novidade é a possibilidade dos TACV efectivarem voos nos aparelhos Boeing de Cabo Verde para Guiné-Bissau e de Bissau para outros pontos do mundo.
José Maria Neves sugeriu e Carlos Gomes Júnior prontamente aceitou, devendo passar a acontecer a partir desta visita da delegação interministerial e empresarial cabo-verdiana à Guiné-Bissau. A Cimeira deverá acontecer de dois em dois anos, alternadamente num e outro país e, segundo os dois chefes de governo é prova da grande “vontade política”em elevar as relações político-institucionais.
Estes encontros, indica o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, permitirão aos dois Governos perspectivar e definir estratégias e áreas de cooperação, numa visão mais “pragmática” e “inteligente” possível. Sendo que “há uma grande oportunidade” dos dois países aproveitarem as muitas potencialidades de cooperação para o desenvolvimento e benefício dos dois povos.
Mais do que isso, será um sinal para aumentar a confiança dos empresários de um e outro país para o estabelecimento de parcerias que permitam melhorar as nossas economias e a conquista de novos mercados, nomeadamente os da CEDEAO e da UEMOA.
Várias são as áreas já identificadas e avançadas nesta primeira reunião realizada ontem. segunda-feira, envolvendo delegações interministeriais e instituições estatais das duas nações. Sectores onde se poderá avançar projectos para benefício mútuo, sendo os transportes um sector chave para o incremento das trocas comerciais entre Cabo Verde e Guiné-Bissau, objectivo último desta visita de José Maria Neves ao país onde nasceu Amílcar Cabral.
Cabo Verde quer, segundo Neves, estabelecer mais um voo, a acrescentar ao voo semanal na rota Praia-Bissau-Praia. Ido mais além, o desejo do Governo cabo-verdiano é aproveitar a Guiné-Bissau para estabelecer voos usando os aparelhos Boeing para outros destinos africanos e europeus. Uma hipótese a analisar e implementar, quiçá já em 2012. Pelo menos é essa a vontade dos dois líderes governamentais.
A pesca, a agricultura, a formação profissional, a governação electrónica, os transportes marítimos são algumas das outras áreas onde já há perspectivas e projectos para serem acordados nos próximos dias.
Por todas as possibilidades de cooperação que se abrem, a partir de agora, José Maria Neves considera esta sua visita à Guiné-Bissau de “histórica” e “importante” para o “presente e para o “futuro” das duas nações. Para além dos encontros entre os Chefes de Governo e entre as delegações governamentais que ocorreram no Palácio do Governo, José Maria Neves encontrou-se, ontem, com empresários guineenses e cabo-verdianos que se deslocaram com ele a Bissau, para sensibilizar as parcerias inter-empresariais.
Sobre o momento actual da Guiné-Bissau, Neves destaca com “satisfação que o país “começa a rerguer-se e que há uma nova dinámica política e económica”. O país (Guiné-Bissau), constata, “começa a reconquistar toda a sua credibilidade, há mais confiança da Comunidade Internacional e dos principais parceiros da Guiné-Bissau, mais confiança neste Governo de Guiné-Bissau”.
Ainda ontem, o Chefe do Executivo cabo-verdiano recebeu a visita do Bispo de Bissau, Dom José Camnate Nabissin. Hoje, terça-feira, deverá haver novos avanços com a assinatura e anúncio de novos acordos de parceria inter-governamental e empresariais.
