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PM optimista sobre capacidade de Cabo Verde vencer a crise internacional

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, foi anfitrião, neste fim-de-semana, de um almoço convívio com os vários embaixadores estrangeiros e representantes de instituições internacionais acreditados no país. O encontro serviu para  pôr em dia  a realidade do país face a ameaça da crise na zona Euro e expor as acções do Governo em relação a mais esse desafio. Neves revelou optimismo de que o país continue a crescer, ainda que de forma mais “moderada”, entre outras questões, nomeadamente a estabilidade política perante o cenário de coabitação política.

Num ambiente descontraído, os convivas promoveram uma conversa franca e aberta sobre vários temas de interesse. Na linha da frente das preocupações, a questão económica mereceu destaque com José Maria Neves a afirmar a sua convicção de que “não haverá grandes derrapagens” relativamente à situação de Cabo Verde, estando o país, inclusive, em condições de manter um crescimento, ainda que a um ritmo “mais moderado”.

Daí os encontros que vêm sendo promovidos pelo Primeiro-Ministro com vários agentes económicos e os outros parceiros sociais, no sentido de se conseguirem consensos para um a acordo de parceria estratégica. O Governo já anunciou a firme intenção de avançar com algumas medidas de contenção de despesas por parte do Estado com a intenção de dar o exemplo a sociedade.

“Há um debate neste momento, nós temos que refrear, sobretudo, algumas reivindicações, algumas expectativas”, lembrando que pelo que está a acontecer na Europa e outros parceiros com muito mais condições de que Cabo Verde, o momento é de austeridade.

Para 2012, há garantias de que o Governo poderá manter o seu programa de investimentos orçado em cerca de 25 milhões de contos, sendo que “todos os projectos já estão financiados”. Inclusive, no que se refere as expectativas para a nossa economia, a previsão é que se mantenha num crescimento entre seis a sete por cento do Produto Interno Bruto Nacional, e que a inflação se situe entre três a quatro por cento, o que como salientaram os próprios diplomatas, “é muito bom”.

Todavia, há alguns dados que apontam alguma redução dos donativos e ajudas orçamentais, o que requererá medidas e acções preventivas por parte do Governo. Ainda que haja essa preocupação, os dados até agora, apontam para o aumento das remessas dos emigrantes. Boas perspectivas ainda em relação aos investimentos directos estrangeiros, pelo que “estamos optimistas”, diz, “desde que” sejam tomadas as medidas. Isso, desde que se tomem as medidas que se fazem necessárias, sublinha, que é o que o Governo pretende fazer, como se fez referência em relação ao controle das despesas do Estado. “Estamos a ouvir todos os actores, todos os parceiros sociais e nesta semana deverei anunciar um pacote de medidas para controlar as despesas de funcionamento do Estado e ter alguma política de forte moderação salarial, e melhorar o ambiente de negócios para favorecer aqui o sector privado”, avança.

Mais, Neves mostra que o Governo vem, desde 2007 a esta parte, tomando medidas para fazer face às sucessivas crises como a dos cereais e que permitiram que os preços não aumentassem tanto, sendo que correspondeu a apenas um terço do aumento a nível internacional. O aumento dos investimentos públicos durante esse período foi outra medida que permitiu enfrentar a retracção dos investimentos privados, bem como para aproveitar as oportunidades no diz respeito aos empréstimos concessionais e aproveitar este período de transição para País de Rendimento Médio.

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