"Esta notícia agrada-me muito, particularmente num contexto de crise internacional, em que vários países do mundo estão a ter uma classificação muito mais baixa, a classificação de Cabo Verde melhora substancialmente". José Maria Neves fez questão de sublinhar, abordado sobre o assunto, no decorrer de uma visita às obras de interligação da nova rede de água da Praia.
Tal notícia tem ainda mais relevo, porque surge num momento em que se encontra em Cabo Verde uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) para discutir com o Governo as linhas orientadoras do Orçamento do Estado para 2011.
Esta novidade vem confrontar e desmentir as notícias veiculadas nalguns órgãos de comunicação social no país, que recentemente fizeram publicar, justamente o contrário, que a S&P havia atribuído nota negativa à economia cabo-verdiana, isso quando nem sequer a referida agência havia publicado o seu estudo, conforme veio a se verificar.
Abordado sobre a questão, Neves prefere atribuir este engano a alguma "precipitação" desses órgãos. "Quando vi as notícias nos jornais perguntei e fui informado de que ainda não tinha havido relatório da Standard & Poor’s", contou, pelo que disse ter estranhado a forma como a notícia "foi inventada em Cabo Verde", reafirmando que não houve "rigorosamente" nenhum relatório da S&P a baixar os "ratings" do país.
Durante a visita supracitada, ainda houve oportunidade para o Primeiro-Ministro abordar as previsões do Banco Central de Cabo Verde em relação à inflação para este ano de 2011 de 4.5 por cento (%) a 5 %. Neves comenta que "é uma previsão" e que o Governo tudo vai fazer para que ela fique abaixo do estipulado pelo BCV. Até porque as previsões do Ministério das Finanças são diferentes, "até 3%" e as previsões do BCV são historicamente mais conservadoras.
Mesmo, assim, a se considerar a situação no mundo, 4.5% a 5% serão sempre bons números, considerando que essa previsão se deve, sobretudo, ao preço dos combustíveis e bens de primeira necessidade que vem aumentando nos últimos tempos.