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Primeiro Ministro afirma que Governo está atento à situação na Costa do Marfim

 

"Temos acompanhado com muita atenção, o Governo está a agir com muita discrição em relação a esta matéria", afirma o Chefe do Executivo, salientando que o Governo está em diálogo permanente com a nossa comunidade radicada na Costa do Marfim para se inteirar da sua situação e decidir sobre a melhor forma de actuação, caso venha a haver necessidade, por exemplo de uma operação de evacuação de alguns cabo-verdianos.

Mais do que isso, Neves informa, o Governo tem estado em diálogo constante, também "com países amigos" no sentido de ajudar na busca de soluções para uma crise que afecta à região oeste africana como um todo, sendo que põe em causa a estabilidade e segurança da região.

Se houver uma agudização de conflito e se puser, esperamos que não venha a acontecer, a situação mais grave de evacuação "estamos já com todos os canais abertos e todas as medidas tomadas em relação a esta matéria", afiança.

Sobre o conflito em si, o Primeiro Ministro reconhece a complexidade e dificuldade da situação vivida na Costa do Marfim, mas é peremptório em apontar o caminho do diálogo entre as partes envolvidas para que se possa chegar a uma resolução pacífica e benéfica, sobretudo para o povo marfinense.

"Nós pensamos que as regras do jogo democrático devem ser respeitadas, que em África devemos habituar-nos à realização de eleições livres e transparentes e com a aceitação de todos dos resultados eleitorais", diz. 

Assim, José Maria Neves apela ao diálogo e à rápida resolução dessa contenda que, a agudizar-se "seria prejudicial para um grande país que é a Cote d'Ivoire (Costa do Marfim), mas também prejudicial para a região oeste africana que precisa de paz e estabilidade para continuar a crescer", completa.

A crise em questão, recorda-se, resulta de um desentendimento em relação às últimas eleições com os dois concorrentes ambos a proclamarem-se vitoriosos. Numa primeira divulgação dos resultados pela comissão Eleitoral Independente, o candidato da oposição, Ouattara foi proclamado vencedor com 54.1 % dos votos.

Só que o Conselho Constitucional, que se diz próximo de Gbagbo, viria a invalidar os resultados e a considerar vitória do Presidente cessante, Laurent Gbagbo, com 51,45 por cento.

Essa contenda já levou à reacção da Comunidade Internacional com a CEDEAO a decidir-se pela suspensão da Costa do Marfim e a ONU a apelar ao respeito pelos resultados eleitorais que dão a vitória a Ouattara. Também a União Europeia e os Estados Unidos já reconheceram a vitória do candidato da oposição.