O Novo Banco, considera, "é um contributo fundamental", "um pilar" para a construção "de uma sociedade moderna, competitiva, com pleno emprego e sem pobreza", afirma.
E explica que com esse banco social, com vocação para financiar segmentos da população, micro e pequenas empresas, ONG, para estabelecer parcerias com associações de micro crédito e de desenvolvimento comunitário, "queremos atingir os mais desfavorecidos, criar novas oportunidades de densificação do tecido empresarial", disse o chefe do Governo, na cerimónia de inauguração.
O mesmo será dizer que será um serviço complementar aos outros bancos, já que permitirá responder às necessidades daqueles que, por exigência do mercado, normalmente vêem-se afastados da possibilidade de conseguir créditos nessas instituições.
O grande desafio de agora em diante, aponta o Chefe do Governo, passa por conseguir angariar novas parcerias para que se possa construir "um banco social sólido e que sirva realmente o seu propósito que é a densificação do sistema financeiro e o combate à exclusão financeira (daqueles que não têm acesso a créditos nos bancos).
Para além do apoio aos pequenos e médios negócios, o Novo Banco dará importante contributo ao acesso a créditos para habitação social e também para financiar os estudos daqueles com menos recursos.
O Governo, segundo Neves, está a trabalhar para criar "mecanismos com os diferentes bancos para que aqueles que tiverem que fazer empréstimos possam fazê-lo em condições mais favoráveis".
O Novo Banco nasce de uma parceria entre o Governo de Cabo Verde e o Banco Português de Gestão (BPG) (10%). Também são parceiros o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), a Imobiliária, Fundiária e Habitat (IFH), os Correios de Cabo Verde (CCV) e a Caixa Económica de Cabo Verde (CECV). O Governo e os restantes parceiros contam com cinco por cento das acções do banco que iniciou com um capital social de 300 mil contos.
Essa primeira agência do Novo Banco fica localizada na Achada Santo António, na Praia e deverá iniciar as suas actividades em um mês, sendo que o plano é estender sua representação a todas as ilhas, conta o presidente do conselho de administração, Francisco Silva.
Amnistia às bolsas empréstimos
Durante a cerimónia de inauguração do Novo Banco, o Chefe do Governo avançou que o Executivo pretende amnistiar as dívidas das bolsas empréstimos concedidas nos anos 90 aos alunos cabo-verdianos que estudaram no estrangeiro.
"Nós estamos a trabalhar para amnistiar todos aqueles que fizerem empréstimos no quadro do fundo criado pelo Estado em 93 e que nunca funcionou os tais empréstimos reembolsáveis", enfatizou.
Recorda-se que na altura os estudantes a quem fossem atribuídos as bolsas de estudo assinavam um contrato onde eram obrigados a reembolsar a 100% e com juros, a verba que lhes era destinada, num período de dez anos. Todavia essa cobrança nunca chegou a ser executada por falta de entendimento quanto aos mecanismos e critérios para o fazer na altura.
Em 1997, o Governo de então chegou ainda a insistir, agora no pagamento de 70% da referida dívida das bolsas, alargando o período de pagamento para 15 anos, mesmo assim, as coisas não avançaram.
Boas notícias, certamente, para esses antigos alunos, mas boas notícias também houve para os estudantes de agora que ouviram José Maria Neves anunciar a criação, em breve, de um fundo de apoio aos jovens mais carenciados para que possam ter acesso mais fácil à formação superior.
Mais do que isso, o Governo também negoceia com o sector bancário condições mais vantajosas para os estudantes para as bolsas empréstimos.