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Primeiro-Ministro discute parcerias com PNUD e Estónia

Logo após o acto de abertura desta ultima edição da Assembleia Geral da ONU, José Maria Neves resumiu a sua manhã de trabalho com um encontro com a administradora Geral do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Helen Clark, para revisão das relações de cooperação entre organização e Estado cabo-verdiano no quadro da realização dos Objectivos do Milénio e definir novos caminhos para essa parceria.

Mais tarde, Neves encontrou-se com o seu homólogo da Estónia, Andrus Ansip, em que avançaram com as conversações para uma parceria entre os dois países, sobretudo na área das novas tecnologias de informação em que a Estónia tem conseguido significativos avanços.

Brevemente uma delegação cabo-verdiana deverá deslocar-se à Estónia ou vice-versa para afirmar um acordo de cooperação nessa área específica e ficou, também, decidida a realização de um seminário em Cabo Verde para discutir as possibilidades de parceria. Recorda-se que recentemente, também, a Ministra da Defesa e Reforma do Estado, Cristina Fontes Lima, visitou aquele país para contactos oficiais.

Ainda no final desta manhã, o Chefe do Governo cabo-verdiano participou ainda de um almoço recepção organizada pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki Moon e logo à noite esteve numa recepção do Presidente norte-americano, Barack Obama. 

 África no G-20

Um dos principais discursos da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas foi o do Ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Celso Amorim que colocou ênfase na cooperação entre os países para o desenvolvimento global e, mais concretamente ao desenvolvimento do continente africano como condição para um mundo mais justo e equilibrado.

Nesse capítulo Amorim sublinhou o esforço do Brasil e do Presidente Lula no estabelecimento e fortalecimento das relações políticas e diplomáticas, mas também económicas com mais de duas dezenas de países africanos, incluindo Cabo Verde.

O Brasil, aponta, tem desenvolvido várias parcerias nas mais diversas áreas, levando as experiências bem sucedidas do Governo de Lula para outras paragens e urge outros países mais desenvolvidos a fazerem o mesmo.

A paz e a estabilidade no mundo, mais concretamente os conflitos entre Israel e Palestina, a suposta ameaça nuclear do Irão foram temas que mereceram reflexões de Amorim que urge a entendimentos para um mundo de paz.

Numa clara alusão aos EUA e os conflitos no Iraque, o governante brasileiro apelou à ênfase no diálogo entre os países, em vez de confiar demasiado em relatórios dos serviços de inteligência. É que, apesar de tudo o que foi escrito e dito nunca se provou a existência de armas nucleares que serviu de argumento para a decisão de invadir aquele país. É preciso evitar outros conflitos idênticos, referindo-se à situação entre os EUA e o Irão.

No discurso mais esperado do dia, o Presidente norte-americano, Barack Obama, reforçou onde Amorim deixou, a necessidade de se encontrar soluções pacíficas para as diferenças que ameaçam a paz global como entre o seu país e Irão.

Obama declara a abertura dos EUA em buscar consensos, manifestando a determinação do seu país e da Comunidade Internacional em aumentar as sanções ao Irão caso insista em não respeitar as determinações das Nações Unidas.

Entretanto, o aspecto que mereceu mais aplausos, foi o desafio lançado por Obama a todos os líderes e, sobretudo, aos líderes palestinianos e Israelitas de tudo fazerem para encontrar soluções negociadas ao conflito entre os dois povos, "para que na próxima Assembleia possamos receber um novo membro, uma Palestina livre e soberana, reconhecendo o direito também de Israel à sua soberania", sublinha.

Caso não se consiga por fim a essa longa guerra, aquela que é uma "terra santa" continuará a ser um símbolo das nossas diferenças e sangue continuará a ser derramado", enfatizou Obama.

O respeito aos direitos humanos estabelecidos na Declaração de 1948 da ONU, a busca de soluções globais para a crise económica mundial, o direito de todos ao acesso aos meios de comunicação e informação foram outros aspectos ressalvados por Obama, assim como o apoio ao Haiti após o desastre do terramoto que abalou aquele país recentemente foram aspectos também realçados por Amorim e Ban Ki Moon, secretário-Geral da ONU.